terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Face a Face com o Inimigo


Leitura: Mateus 4.1-11


Hebreus nos informa que Jesus na qualidade de sumo-sacerdote pode nos socorrer quando somos tentados, porque ele mesmo foi tentado.

Hebreus 4.15 “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”.

Assim sendo Jesus foi tentando “em todas as coisas

Esse fato começa a se desenrolar logo após o seu batismo, que principia o seu ministério, nessa ocasião ele recebe a legitimidade de sua missão, na publicitação de Deus o Pai e do Espírito Santo.

Mateus 3.16-17 “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

É muito enriquecedora a descoberta que Jesus teve a autorização do Pai e a direção do Espírito Santo durante sua jornada e que em todos os momentos lhe foi submisso.

Quero sublinhar a frase “O Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele”, esse evento único no registro do Filho encarnado é a expressão mais fidedigna de Jesus era cheio do Espírito Santo, e esse fato corrobora para de que saibamos da importância de submetermos ao Espírito Santo quando por ele somos habitados.

E o mesmo “Espírito” o levou ao deserto para ser “Tentado pelo diabo”.

Qual o valor desta magnifica vitória sobre a ardilosa, simples provocação do diabo? Quais as implicações desse evento? O que podemos fazer para obtermos vitória em vista a postura de Cristo diante do tentador?

É muito interessante notar a pressão do homem Jesus foi submetido para compreendermos a esperança que temos nele e vitória que podemos obter como ele.

A tentação de Satanás seguido uma sequencia lógica tanto simples como ardilosa partindo da necessidade para a ambição humana.

A postura de Jesus diante da manifestação do seu oponente foi segura e constante, em todo o momento, independente do nível e profundidade da tentação, sua postura foi estratégica e convicta.

Qual seria essa postura? Quais atitudes Cristo previamente decidida, Jesus se utilizou para se manter puro diante do seu opositor?

Avaliando brevemente a estratégia do diabo, veremos uma progressão inteligente do diabo e uma postura constante e equilibrada de Jesus.

O diabo se utiliza de circunstâncias do momento para que Jesus ouça sua “Palavra” e faça uso indevido de suas prerrogativas

Mateus 4.2-3 “E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”.

Qualquer que seja a palavra na boca do Diabo deve ser bradada, jamais acatada. Jesus ouviu atentamente, era ciente das suas necessidades básicas, compreendia que seu corpo carecia de recursos naturais.

Foi Deus quem criou os alimentos, todas as variações e espécies de hortaliças e frutos, a erva verde dada para manutenção da vida, o corpo humano precisa de comida, o corpo humano tem fome.

A circunstância do qual Jesus se submetia pressuporia que uma simples e engenhosa tentação o faria atender a voz do diabo.

Mas não foi isso que aconteceu e jamais aconteceria, o diabo não estava preocupado com a integridade física de Jesus e nem se movia de compaixão, pelo contrário ele queria destruir o propósito pelo qual Deus o enviou.

Qual seria o segredo de Jesus? Como ele conseguiu vencer essa primeira prova? O que ele fez?

Como anteriormente nos referimos sua postura foi norteada por segurança e equilíbrio. Jesus na dependência do Espírito Santo fez uso de sua melhor arma, a “Espada do Espírito” que é Palavra de Deus, assim sendo Jesus permanece “O Santo” mesmo diante do “Profano”.

Mateus 4.4 “Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.

Jesus recorre as Escrituras, pois as conhecia, estava visivelmente em sua mente, ele não buscou justificativa, mas no seu registro de memória estava a “Palavra de Deus”.

Foi no livro de Deuteronômio que Jesus buscou a resposta que Satanás deveria ouvir que mostraria ao diabo que não seria sua engenhosa e simples tentação que faria com que o Filho de Deus pecasse.

Deuteronômio 8:3 “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem”.

Foi a “Palavra de Deus” que sustentou os judeus nos 40 anos de peregrinação, não foi nenhuma estratégia humana.

Quando estamos na dependência do Espírito Santo, a melhor defesa é a Espada do Espírito.
        
O diabo insiste e agora se utiliza de manipulação convencer a Jesus de que ele sabe como interpretar e aplicar a Palavra de Deus

Mateus 4.5-6 “Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.”

A Palavra de Deus na boca do diabo torna-se palavra do diabo

Jesus sabia exatamente o que o Espírito Santo escreveu através dos homens, ele não precisa de que o diabo interpretasse e aplicasse a Palavra de Deus.

Na realidade a “Palavra de Deus” que liberta e transforma na boca do diabo amaldiçoa e escraviza.

O Diabo tem conseguido ludibriar muitos homens dando interpretações e aplicações absurdas, e os homens estão se apostatando com a Palavra de Deus, ou melhor, a Palavra do Diabo.

Por isso que Jesus anos mais tarde, ao confrontar os religiosos que possivelmente estavam sedo enganados pelo Diabo, disse:

Mateus 22.29 “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”.

Jesus em seu ministério terreno passou boa parte do seu tempo, além de apregoar as boas novas e curar as moléstias. ele passou a corrigir a compreensão popular da Palavra de Deus, pois muito havia se desviado.

Aliás, ele passou a dizer insistentemente:

João 10.27 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz”

Se a ovelha bem treinada pelo Pastor não ouve o ladrão ou o mercenário, seria um tremendo equivoco de o diabo presumir que o “Pastor” a ouviria.

O diabo além de tolo foi estúpido pressupor que levaria o autor das Escrituras não saberia interpretar a Palavra que ele mesmo inspirou.

Jesus respondeu de forma segura e equilibrada na dependência do Espírito Santo usando “Espada do Espírito” que é Palavra de Deus

Mateus 4.7 “Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.”

Fazer uso indevido das Escrituras fora do seu propósito é atrair maldição, o Diabo queria que Jesus tentasse Deus o Pai.

Como se Jesus dissesse: Atreveria eu manipular, perverter, adulterar, corromper e falsificar as Escrituras para uma situação que você (diabo) tem criado, me forçando a atender a sua voz que é a de um “Impostor, cínico” e que não cogita as coisas de Deus?

Não vou tentar o Senhor meu Deus manipulado suas Palavras e dizer coisas que Deus jamais disse.

Ele nunca disse o que você diz que ele faria você fez isso com Eva, você falou algo que Deus não falou, e isso é “Tentar o Senhor teu Deus” é “Falar o que Deus não falou”.

O diabo nessa última investida desse episódio apela para o propósito messiânico de estabelecer um reino e ele tenta facilitar as coisas para Jesus

Mateus 4.8-9 “Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”.

Desde os momentos que precediam sua queda, naquela ocasião em que seu coração se perdia no propósito de se igualar a Deus, aquela doentia ambição de ser semelhante a Deus e receber adoração foi a base dessa tentação

Será que Jesus se deixaria vencer por uma proposta tão chula? Será que o diabo foi ingênuo ao ponto de supor que o Filho trairia o Pai?

O diabo tem obtido vitórias na vida de muitas pessoas, que em troca de glória e poder eles se prostram ao império das trevas, e de fato muitas pessoas abertamente firmam pacto com os demônios.

Mas Jesus em tudo submetia a Pai, e Deus Pai já lhe havia dito:

Mateus 3:17 “E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”

A resposta de Jesus segue o equilibro e a convicção de alguém que estava sob o domínio do Espírito Santo e usava a Espada do espírito

Mateus 4.10 “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”.

Grande Maravilha é ouvir essas sábias Palavras que nos admoestam a vivem um vida na dependência do Espírito Santo, Jesus se esvaziou, deixando de usar suas prerrogativas divinas, poderia usa-las no momento em que desejasse, mas decidiu submeter à direção do Espírito Santo que fielmente o dirigiu nessa tão sublime e gloriosa missão,

Retira-te Satanás”, como se Jesus tivesse dito:
  • Basta!
  • Chega!
  • Você está passando dos limites!
  • Você perdeu completamente a noção da figura insignificante que tem se tornado!
  • Você tem sido patético!

E Jesus proclama a maior verdade embutida na relação entre o Criador e a criatura, como João observou:

Apocalipse 4.11 “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”.

Devemo-nos lembrar de somente o Senhor o nosso Deus é digno de receber adoração, nenhuma criatura pode vindicar esse privilégio, porque é de direito inerente apenas ao Criador, na realidade o Diabo deveria se prostrar perante o rei da glória que ali estava, mas foi envergonhado pelas palavras do Criador e se retirou rapidamente, pois não lhe restava exceto a vergonha.

Por isso foi feliz o escritor de Hebreus que dirigido pelo Espírito Santo disse:

Hebreus 4.14-16 “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.  Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”

Assim sendo concluímos que:
  • Jesus na posição de sumo-sacerdote pode nos socorrer quando estamos fraquejando diante da pressão do inimigo e verdadeiramente nos defender. 
  • Aprendemos com a vida de Jesus que nós temos condições de obter resistência contra as investidas do diabo.
  • O que percebemos na tentação do deserto é que Jesus em cada uma das propostas do diabo, ele se mostrou convicto e seguro, pois estava debaixo da Orientação do Espírito Santo e pronto e preparado a usar a Espada do Espírito.
Que tenhamos consciência dessa batalha Espiritual que todos nós, salvos por Cristo Jesus estávamos travando e que a graça do altíssimo nos cubra.

Dedico esse devocional a minha esposa que me despertou para escrever esse devocional em vista o seu ensino com as crianças sobre a Tentação de Cristo

Pr. Mário Botão

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