quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O traidor e o servo

Leitura: João 13.1-11
João registra o momento em que Jesus numa posição de servo começa lavar os pés dos seus discípulos.
Esse episódio está inserido entre a Celebração da Ceia e Crucificação de Jesus.
Nesse ato de simplicidade, Jesus toma uma toalha, amarra na cintura e começa um a um, lavar os pés dos seus 12 apóstolos.
Normalmente somos envolvidos com a reação de Pedro, tentando persuadir Jesus de que ele não era digno de que ele fizesse tal ato de humilhação.
Porém, me vem a memória que Judas Iscariotes também passou por esse processo, João oculta a reação de Judas, como também dos demais apóstolos.
Mas isso não isenta certas especulações desse momento tão marcante entre "O traidor e o servo".

  • O que será que Judas falou para Jesus quando foi sua vez?
  • Qual foi sua reação?
  • O que veio a sua mente?
  • Será que esse ato de Jesus trouxe-lhe certo constrangimento?
  • Será que Judas considerou atentamente aquilo que Jesus estava querendo ensinar?

Perguntas como essas não podem passar despercebidas, porque estamos tratando de um personagem que foi o maior traidor de todos os tempos.
É importante mencionar que João registra algumas informações interessantes:

v.2 - O Diabo estava presente naquele momento, pois a ceia acabará der ministrada
v.2 - O Diabo já havia convencido Judas para trair Jesus
v.11 - Jesus sabia da intenção de Judas.
v.11 - Jesus sabia que Judas não havia se deixado convencer por aquele ato.

Essas informações nos ajuda a compreender que a posição de servo que Jesus assume, não estava condicionada ao tipo de pessoa que ele iria servir.

Essa tarefa de "Lavar os pés" era sem dúvida uma das tarefas mais humilhante de um escravo, Jesus não se perturba com isso, nem pelo fato de que uma das pessoas do qual ele estava servindo, poucas horas depois iria trai-lo.

Essa postura de Jesus nos ensina uma verdade profunda sobre a posição que temos como "servo".

Aprendemos que o "Ato de Servir" não deve estar condicionado ao tipo de pessoa a quem servimos.
  • Não importa se a pessoa é ou não nosso amigo
  • Não importa se a pessoa é ou não de confiança
  • Não importa se a pessoa é ou não digna do nosso serviço

Interessante que essa lição, o próprio Pedro que por muita relutância permite Jesus lavar seus pés, registra alguns anos depois em uma de suas cartas a seguinte orientação:

1Pedro 2.18-21 "Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso; porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus. Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos"

Se Pedro está ou não se reportando ao episódio de "lavar os pés" não sabemos, mas uma coisa é certa: Seu ensinamento corresponde fielmente aquilo que Jesus fez.

Assim sendo, cada um de nós podemos sim, assumir uma postura de simplicidade e humildade em servir os outros, mesmo que não sejamos respeitados, ainda sim podemos como Cristo ser servo por excelência.

Que o Senhor Deus nos capacite a sermos igual ao nosso Mestre!

Pr. Mário Botão

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