segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fogo Purificador


Leitura: Isaías 48.10 “Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição”.

Porque falar sobre “Disciplina”? Porque é uma palavra altamente referencial nos Escritos Sagrados. No Antigo Testamento essa palavra aparece quase 900x. Podendo ser traduzida como: Punição, admoestação e ou Instrução.

No livro de provérbios temos várias vezes a palavra Disciplina. Invariavelmente todas elas devidamente aplicadas produz “correção”. Ou seja, a “Restauração plena de uma alma em decadência”.

Salomão é categórico ao afirma que aquele que retém a disciplina é “Estúpido e não ama o conhecimento”. Provérbios 12:1 “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido”.

No Novo testamento também temos a palavra “Disciplina”. O termo grego é “Paideia”. Que vem da raiz “Pais” no grego que traduzido no português é criança, menino, infante.

A palavra “Paideia” é usada em vários contextos, como: Correção de erro... Punição severa contra um determinado crime... Instrução... Treino olímpico...

Por exemplo, quando o Novo Testamento foi escrito, os jogos olímpicos eram familiares e populares. E muitos atletas submetiam as duras e regidas “Paidéia” par obter os melhores resultados. Eles se submetem a uma dura disciplina, impostas pelos seus treinadores os “Paideutes”. Eles tinham que ser disciplinados... Os melhores resultados vinham sob aqueles atletas que se submetiam as duras e rígidas disciplinas.

As Escrituras de modo geral. Tratam de disciplina de um modo natural e necessário. Tanto para corrigir e instruir... Como até para punir...

Por exemplo, quando a igreja trata de “Disciplina”. Entendemos que o papel da igreja dentre esses modos onde a palavra se relaciona no contexto bíblico.

A igreja que é exortada a disciplinar, não deve fazê-lo no sentido de PUNIÇÃO. A disciplina eclesiástica não tem a finalidade “Punir”, “Castigar”. E sim corrigir, restaurar, instruir, admoestar.

No entanto a gente prefere ficar na admoestação oral. Às vezes o pastor precisa ser mais enérgico, mas firme... Mas não vamos usar a “Vara” literalmente dentro da igreja...

Entretanto há algumas situações que a “Vara” literal se faz necessária. Obviamente não dentro da igreja

A mensagem dessa noite tem esse objetivo: Demonstrar os meios pelos quais o homem é disciplinado dentro do contexto bíblico

O primeiro meio reconhecido de disciplina é aquele aplicado pelas autoridades


Nós reconhecemos o valor e a importância das autoridades civis e militares para manter a ordem;

Romanos 13.1 “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”.

Alias que se diga de passagem... Uma das finalidades das autoridades civis e militares é manter a ordem. Quando isso não acontece às autoridades tem permissão de Deus para aplicar punições.

Irmãos uma coisa deve ser devidamente esclarecida. O apóstolo expor um ensino detalhado sobre “Submissão as autoridades” num contexto social onde regia um regime imperialista ditatorial, onde os cristãos eram visto como uma ameaça à ordem.

Não foi fácil... O que deveriam ter falado mal de Paulo... Esse Paulo não sabe o que está falando... Obedecer a um regime corrupto... Esses romanos cruéis, ladrões...

Naquele tempo, o imperador romano, Nero, oprimia as nações. Ele mandou matar muitos cristãos. E o apóstolo Paulo exorta os fiéis contra todo o raciocínio humano. A exortação era de se submeterem as autoridades. Obedecer e cooperar. Porque mesmo um ditador é, no cargo, servo de Deus. Colocado em sua posição de autoridade conforme os planos de Deus. Como Deus o diz: Não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.

Se falar de submissão num contesto de regime democrático já é difícil, imagine falar num contexto Imperial? Onde o seu irmão talvez acabasse de ser morto. Seus pais estão na cadeira... Você está sofrendo uma iminente ameaça de ser encarcerado...

Romanos 13:4 “Visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”.

O que esse texto quer diz quando diz “vingador, para castigar o que pratica o mal”? Significa que se você não se comportar devidamente você vai sentir a lâmina da minha espada penetrando as suas entranhas.

Resistir a essa verdade é resistir ao próprio Deus. Eu sei que não dá pra concordar com tudo o que as autoridades fazem... Principalmente autoridades que fazem mal usam de seu poder... Parcialidade no julgar. Tratar com Injustiça. Não defender a causa do oprimido. Desdenhar para os opressores. Isso é inadmissível. Isso é inaceitável

Por essa razão há inúmeros versículos que falam como devem proceder as autoridades: Os magistrados. Os Governantes. Os reis. Os soldados. E até os pais numa proporção menor...

Mas uma coisa é certa. Na perspectiva de manter a ordem é necessário e permitido usar a “espada”. Principalmente para aqueles que praticam o “Mal”. Os desordeiros... Os brigões...

Deus usa as autoridades para PUNIR o infrator. Esse é o primeiro meio pelo qual a disciplina é aplicada

O segundo meio, entretanto tolerado é aquele aplicado pelos inimigos.

Deus permitiu os inimigos aplicarem a disciplina em seu próprio povo inúmeras vezes. E tudo foi devidamente registrado. O povo de Israel foi muitas vezes entregue nas mãos de seus inimigos. Deus os entregou para correção.

Esses inimigos poderiam ser um:

  • Exército fortemente armado
  • Povo devidamente motivado, não necessariamente armado belicamente.
  • Algumas pessoas ardilosamente infiltradas
  • Outras vezes Deus entregou na própria mão do Diabo
  • Deus permitiu Satanás ter pode sobre a vida de determinadas pessoas.
Temos um episódio muito interessante no Antigo Testamento que nos ajuda entender essa possibilidade de disciplina “Cair nas mãos dos inimigos”. Davi mais uma vez pisa na bola com Deus... E Deus tem que corrigi-lo... O rei Davi é como a gente... Falar às vezes não é suficiente... Às vezes como Davi a gente precisa cair nas mãos dos inimigos. E Deus permite... Ele tolera que os ímpios nos corrijam...

Veja a situação que interessante: 1 Crônicas 21.9-13 “Falou, pois, o SENHOR a Gade, o vidente de Davi, dizendo: Vai e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça. Veio, pois, Gade a Davi e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Escolhe o que queres: ou três anos de fome, ou que por três meses sejas consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que por três dias a espada do SENHOR, isto é, a peste na terra, e o Anjo do SENHOR causem destruição em todos os territórios de Israel; vê, pois, agora, que resposta hei de dar ao que me enviou. Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do SENHOR, porque são muitíssimas as suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu”.

Deus permite Davi escolher qual punição ele quer receber
1 – Três anos de fome
2 – Três meses nas mãos dos inimigos
3- Três dias da espada do Senhor (peste na terra)

O que me chama a atenção era a convicção de Davi de que melhor era cair nas mãos de Deus do que nas mãos de seus inimigos. Porque Deus teria piedade e seus inimigos não.

É cruel quando alguém é entregue nas mãos dos inimigos. Mas recusou a correção do Senhor... Deus entrega...

Foi o caso de Israel durante a conquista de Canaã. Israel insistia em desobedecer a Deus. Deus entregava seu povo nas mãos de seus inimigos. E quando eles estavam nas mãos dos inimigos eles clamavam ao Senhor e queriam voltar... Porque aprendeu que debaixo das mãos corretiva de Deus é infinitamente melhor do que nas mãos dos inimigos.

Isso verdadeiramente aconteceu, e Deus havia alertado de antemão os israelitas: Deuteronômio 28.25 “O SENHOR te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho, sairás contra eles, e, por sete caminhos, fugirás diante deles, e serás motivo de horror para todos os reinos da terra”.

Paulo foi ousado numa ocasião. Paulo deveria ter sido odiado por muitas pessoas. Pessoas com aversão de Paulo

No livro de 1 Coríntios temos um camarada que vivida de modo imoral e isso era de conhecimento geral. Todo mundo sabia... E ninguém fazia nada... E Paulo orienta entregue esse “Tal” nas mãos do inimigo.

1Co 5.3-5 “Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja,  em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”.

Esse texto traz várias verdades. A primeira verdade é que uma pessoa em prática de pecado, que não se arrepende, não quer mudar dever ser: “Entregue a Satanás”. V.5

A segunda verdade se relaciona com o propósito imediato da entrega que é a destruição do corpo físico desse crente obstinado. “Entregue a Satanás para a destruição da carne”. V5

E uma terceira verdade claramente implícita demonstra o propósito final dessa entrega que é a “Salvação da alma”. “A fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”. V.5

A igreja coríntia tinha a mente tão aberta e tolerante que não fazia nada para eliminar a imoralidade que tinha-se infiltrado na congregação.  O comportamento de um de seus irmãos era escandaloso, mas ninguém o tinha corrigido adequadamente. Paulo explicou que tal impureza, deixada sem correção, pode destruir uma comunidade inteira de santos. Ele mandou que expulsassem o pecador obstinado.

Mas a preservação da congregação não é a única meta. Este ato disciplinar é um ato de amor, buscando os melhores interesses do irmão rejeitado. O versículo 5 diz: "... entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]."

Esse homem salvo porém obstinado estava tentando manter um pé no reino de Deus enquanto o outro estava no mundo. Seus irmãos não podiam forçá-lo a tirar o pé do mundo. Mas podiam tirar seu outro pé do meio do povo de Deus.

Assim, entregaram-no a Satanás com um propósito: "a destruição da carne". O mundo vai destruí-lo... Satanás rege o mundo ímpio, menos a igreja... Às vezes acontece como no relato do filho pródigo. Que não quer ficar na casa do pai, nos termos do pai. E esse menino se foi... E quando se deu conta, do estado de miséria, numa pocilga, ele quer voltar e de fato volta e é recebido com muito regozijo para os braços amorosos do Pai.

Muitos não voltam. Porque alguns não voltam? João 3.19 “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”.

Basicamente aprendemos dois meios de disciplina. Aquele praticado pelas autoridades. Aquele praticado pelos inimigos.

O terceiro meio disciplinar é aquele onde o próprio Deus assume a correção e resgate


1 Pedro 4:12 “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo”.

Deus nos prova quanto lhe apraz: Precisamos de provas. Precisamos de medidas corretivas. Se não o nosso velho homem não será destruído. Deus precisa nos ajudar

E a provação faz da gente, crentes melhores. A provação remove da gente imperfeições, impurezas.

Todo o crente precisa de correções... Boa parte das correções Deus o faz através da sua Palavra. Ele fala conosco e agente assimila o conteúdo e obedece. Às vezes temos “Cabeça dura”. Como eu e você em determinadas situações

Aí, O senhor tem que nos levar para REFINARIA e trabalha com a gente.

Salmos 66.10 “Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata”.

Provérbios 17:3 “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o SENHOR”.

A pepita de ouro, em seu estado bruto, pode ser irreconhecível para a maioria das pessoas. Sua forma é irregular. Por estar coberta de sujeira, seu brilho é mínimo ou até ausente. O garimpeiro escolhe a pepita entre tantas pedras do rio ou escava a terra à sua procura. Ela é separada e recolhida com todo cuidado. A pepita pode ser lavada, mas esse ato remove apenas a sujeira exterior. Em seguida, ela é conduzida ao fogo que, com temperatura altíssima, derrete o ouro. Pode parecer que, ao final, nada restará. De certo modo, sim. A mudança é tão drástica que o nome deixa de ser apropriado. O calor do fogo faz com que o ouro se derreta, tirando-o de seu estado bruto e duro. Ocorre, então, a separação entre o precioso metal e as outras substâncias que estavam nele incrustadas. Muitas delas serão consumidas pelo fogo. Outras serão removidas. Terminada a purificação, o ouro derretido, aceita a forma que o ourives desejar, seja ela qual for. O metal está totalmente flexível e maleável. Ao final, o resultado será uma barra de ouro puro ou uma joia preciosa.

Conclusão

As Escrituras de modo geral. Tratam de disciplina de um modo natural e necessário. Tanto para corrigir e instruir... Como até para punir...

O que devemos pensar é QUEM a gente quer para nos corrigir? Queremos dizer para Deus como ele deve tratar com a gente... Mas não é assim que funciona

Deus quer um coração submisso e pronto a aceitar a sua correção. Quando isso não acontece. Ele pode usar as autoridades civis. Ou pode até usar os ímpios. Tanto os ímpios como o diabo não terão piedade

O Senhor Deus pode remover todas as nossas imperfeição sem destruir as nossas vidas. É um processo dificílimo, mas extremamente necessário e recompensador.

Se você precisa de correções, aceita aquela que vem do Senhor e muda a sua forma de pensar,

Pr Mário Botão

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