sexta-feira, 2 de março de 2012

4 Citações do sermão do monte que revela nossa insignificância


Leitura: Mateus 5:1-6

O que é o sermão do monte? São regras morais? São expectativas para todos que professam fé cristã? São conceitos do reino dos céus? São mandamentos do Antigo testamento interpretados por Cristo? O que é o Sermão do monte?

Para compreendermos a mensagem de Jesus no sermão do monte é necessário observarmos alguns aspectos preliminares

1º Aspecto Preliminar do Sermão do monte: Há várias referencias do AT relacionadas às bem aventuranças. Principalmente no livro de Salmo, provérbios e do profeta Isaias:  Salmos 84:5, 106:3; Provérbios 3.13, 28.14 e Isaías 32.20, Isaías 56:2. Essas referências do Antigo testamento de cunho particular para a nação de Israel se encontra mais de 28x.

2º Aspecto Preliminar do Sermão do monte: É a dinâmica do Ensino Hebreu. Estes livros do Antigo Testamento quem continham as bem-aventuranças eram lidos constantemente nas sinagogas, e mesmo aqueles que não sabiam ler conheciam de cor algumas dessas citações. É importante lembrar que naquela época um livro era caríssimo, e o povo comum não tinha acesso a essa material ou não sabiam ler, o que fortalecia a necessidade de memorizar o que era lido. Eles dependiam da leitura no templo para ouvirem trechos da bíblia. Livro assim a disposição de todos, famílias terem mais do que um cópia, ou cada membro da família ter o seu exemplar particular, nunca aconteceu. Então principalmente o livro de Provérbios e Salmos auxiliava e muito nesse processo de memorização. Então a dinâmica desses livros dos hebreus favorecia a memorização

3º Aspecto Preliminar do Sermão do monte: É a expectativa gerada no coração do adorar. As bem-aventuranças estão conectadas com o nome do Deus. No Antigo Testamento a ideia da bem-aventurança decorre do favor de Deus para com os homens. Se alguém quisesse falar sobre “Graça” ou “Favor” usaria as bem-aventuras. Era normal um mestre assentar com seus discípulos e discorrer para eles essas bem aventuras. Com aconteceu com Jesus que sempre se assentava para ensinar

Lição Central: A melhor maneira de compreender a bem aventurança é tendo uma noção real da nossa insignificância e vista a grandeza de Cristo

Jesus havia percorrido toda a Galileia curando os enfermos, ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho. A notícia de suas ações percorria todas as cidades. Uma grande multidão vinda de várias cidades para ouvi-lo. Vendo Jesus a grande multidão subiu a um monte e passou a ensina-los. Há muito tempo que o povo ouvia falar das bem-aventuranças prometidas nas escrituras, mas a situação era de opressão e miséria.

Mas a maneira como Jesus aborda as “Bem-aventuranças” no registro de Mateus e Lucas, que São dois evangelistas que trabalham essa temática ele o faz de forma distinta daquilo que era comum a eles.

A fama de Jesus havia criado uma expectativa na multidão, e quando Jesus falou sobre a bem-aventurança, materializou-se uma esperança na mente dos ouvintes. Anos após anos os pais anunciavam aos filhos uma época de alegria plena, mais ainda não tinham experimentado dessa alegria plena prometida por Deus. O sermão do monte iniciou-se com uma mensagem de alegria a um povo oprimido e sem esperança.

Jesus começar apresentando uma esperança viva, porém, o discurso endurece logo em seguida. O povo esperava refrigério e segurança nesta vida. Esperavam um Messias que os libertasse da escravidão política. E isso gerou no coração do povo uma frustração. E mesmo que uma grande multidão viera para ouvi-lo, não foram muitos que resolveram segui-lo.

1ª Citação de Jesus "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus". Mateus 5.3

As pessoas ao ouvirem: "Bem-aventurados”. Logo fizeram conexão com algumas das citações bíblicas do Antigo testamento que possuíam essa dinâmica de ensino

A bem-aventurança é um tema que prendeu a atenção dos ouvintes de Jesus e em nossos dias ainda há uma expectativa por parte leitores. Quantas pessoas você consegue que buscam a Deus por resultados. Querem a benção, mas não querem compromisso com o abençoador.
o   Decretam vitórias...
o   Ordenam Deus que lhes abençoe...
o   É aquele famoso “Bicho come-come

Quando Jesus complementa: "Bem-aventurados OS POBRES”. A mensagem toca ainda mais os ouvintes. Esta seria uma mensagem inesquecível, pois tocou a emoção do povo: Será uma revolução social? É agora que alcançaremos a independência política e a paz prometida?

A promessa de alegria aos pobres é plenamente compreensível, mas o que entender do qualificativo adicionado ao substantivo pobre? "Bem-aventurados os pobres de espírito".

Quem são os pobres de espírito? Jesus estava rodeado de pobres de várias cidades. Se a mensagem fosse somente: “bem-aventurados os pobres”. Ele seria aceito e todos os seguiram. Jesus teria conquistado mais ouvintes do que qualquer pregador moderno com suas propostas absurdas de prosperidade.

Como entende o que sugere Jesus sobre “Pobreza de espirito”? Eu e você somos pobres de espírito, ou seja, Eu e você somos carentes espiritualmente? Ah “sim” somos! Então Bem aventura são os carentes espiritualmente, porque eu lhe trago: Boas novas!

No Antigo Testamento não consta o conceito “Pobre de espírito”. Essa ideia é nova! Esse novo conceito de Cristo revela o homem indigno que somos nós.

Mesmo aqueles que se julgam ser “tal”: Minha posição social, Minha herança racial, Minha situação econômica e ou Meu caráter religioso.

Nada disse tem valor, quando se avalia a “Natureza humana”. Essa condição de pobreza espiritual trouxe uma aversão dos hebreus para com Jesus. Eles não gostaram das palavras de Jesus. Eles talvez quisessem que Jesus os elogiasse; Talvez falasse bem de seus atos religiosos, Por serem descendentes de Abraão.

E Jesus não fez nada disso, Jesus os coloca numa condição de indignos: “Pobres de Espírito”. Mas eles não quiseram reconhecer isso Eles não concordam com Jesus. Eles se colocam numa posição acima daquilo que Jesus falava sobre eles.

Mas aqueles que reconhecem essa pobreza espiritual, ele completa e diz: “Porque deles é o reino dos céus". 

2ª Citação de Jesus: Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Mateus 5.4

O sermão prossegue: "Bem-aventurados OS QUE CHORAM". A bem-aventurança depende da emoção humana? O choro como consequência direta de uma emoção humana concede o favor de ser consolado?

Obviamente que Não! Muitas pessoas choram, Pelas mais diversas situações. Porque perderam um ente querido. Porque foram roubados. Porque estão com dor. Porque estão desanimados. Porque estão confusos. Porque estão sensíveis ou Porque foram injustiçados. Não é sobre esse tipo de choro

A ideia apresentada neste versículo “Os que choram”, complementa o versículo anterior. O choro aqui denota a condição de impotência frente a questões levantada por Jesus. Após reconhecer a minha condição de miserabilidade espiritual, a reação é chorar, é me lamentar. Esse tipo de tristeza é a que Jesus se refere.

A única ação de um miserável espiritual deve ser choro. E esses que choram devido a sua condição espiritual diz Jesus: Serão consolados! Para que o abatido seja consolado, é preciso que habite com alguém que lhe arranque da miséria:

Isaías 57.15 “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito”.

Salmos 51.17 “Como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos”.

Quem haveria de consolar os que choram? Os que choram serão consolados por Aquele que tem o reino dos céus. É Ele que enxugará todas as lágrimas!

Veja essa profecia do profeta Isaias falando acerta de Jesus:

Isaías 61.1-2 "O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes".

3ª Citação de Jesus: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. Mt 5.5

A mensagem de Jesus possivelmente formou um impasse na mente dos ouvintes: Para os hebreus a pessoa mais mansa sem duvidas foi Moisés

Números 12:3 “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”.

Moisés sendo o homem mais manso da terra não conseguiu entrar na terra prometida por causa de um deslize. Se Moisés, considerado um dos homens mais manso da terra, não conseguiu herdar a terra.

Qual a intenção de Jesus ao declarar que os mansos são felizes por herdar a terra? Sendo que Moisés não conseguiu? Quem são esses mansos? Qual é a terra que há se herdar?

Note a fala do salmista

Sl 37.11 "Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundancia de paz"

Como alcançar tamanha mansidão para herdar essa terra prometida? Veja o que Jesus falou em Mateus 11.29

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas".

Observe como são felizes aqueles que se encontra com aquele que verdadeiramente é MANSO. Aqueles que se encontra com esse que é MANSO encontram descanso para alma. Assim, quando Jesus falou 'bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra'. Não foi com o intuito de exortar os ouvintes a que tivessem uma personalidade semelhante ou superior a de Moisés.

A mansidão que Jesus faz referência não é comportamental, antes é a mansidão vinculada ao coração que o homem salvo recebe na ocasião da conversão.

A terra prometida no Antigo Testamento estava atrelada ao reino de Cristo. Aquele que encontra descanso para a sua alma em Cristo receberá como herança novos céus e nova terra

4ª Citação de Jesus: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Mateus 5.6

Percebe-se que Jesus não estava se referindo à justiça que é administrada nos tribunais dos homens! A abordagem de Jesus em momento algum teve objetivos político. Jesus não estava preocupado com os problemas atrelados as injustiças sociais. Jesus não estava promovendo mais uma obra de caridade.

Jesus não estava promovendo: Teologia da libertação e nem a Prática da fraternidade. Não! O sermão do monte trata de questões espirituais.

Você já observou o conceito dos fariseus e dos escribas frente a multidão? Para o povo os fariseus e os escribas eram o que a sociedade tinha de melhor.

Porém, a análise de Cristo é diferente: "Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade". Mt 23:28

Os religiosos pareciam justos, mas a natureza deles era incompatível com a divina, pois estavam cheios de iniquidades. Jesus não se ocupou em estabelecer um novo padrão de conduta para os seus ouvintes. Se alguém procura a felicidade deste mundo, basta seguir o que disse o apóstolo Pedro, ao citar o Salmo 34:12-14. Basta ter uma vida correta diante da sociedade que o homem terá uma vida tranquila e sossegada em muitos aspectos. (Não arrume com o vizinho, com a polícia, com seu patrão ou com o prefeito) aí você vai ter uma vida tranquila e sossegada.

O que Jesus oferece através das bem-aventuranças vai além das perspectivas humanas e não se refere a este mundo. A missão de Jesus é resgatar os pobres de espírito, sem qualquer referência aos valores humanos, personalidade, caráter e moral.

Os valores de hoje são totalmente diferentes dos valores de cem anos atrás. O caráter e a moral sofreram transformações e se adequou a sociedade moderna. Se a salvação estivesse apoiada nestas questões circunstanciais, qual seria o padrão correto de conduta nestes séculos de história da igreja?

Jesus não apoiou a sua doutrina no homem ou em seus méritos. A doutrina de Jesus não faz acepção de pessoas, de condição social, de épocas ou de cultura.

Essa quarta bem-aventurança anunciada por Jesus encera uma série de verdade que demonstram “Uma mudança de vida”. Diante da condição de miséria espiritual, Diante de um lamento pela condição espiritual. Diante da obra que Cristo realiza em nós

Bem aventura diz Jesus: Os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

Onde encontrar fartura de justiça? Note com muita atenção o que Deus falou pela boca do profeta Isaias:

Is 55:1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”.

O paradoxo perdura: Diante de uma multidão faminta e sedenta Jesus declara que aqueles que têm fome e sede são felizes. As necessidades básicas dos ouvintes de Jesus eram evidentes. Porém, Jesus não se ateve a problemática social. O fato de não ser tolerante às injustiças sociais não aproxima o homem de Deus. Promover projetos de cunho social não é o caminho que conduz aos céus. Em um mundo em crise social, econômica, política, familiar.

As pessoas desejam mudanças urgentes e clamam por justiça, Mas esta fome e sede de justiça não é a que traz a verdadeira felicidade. A mensagem do evangelho não coaduna com a teologia da libertação. Se o homem tem sede e fome de justiça, ela será saciada a partir do momento que se obter da vida que há em Deus. Só após tornar participante da natureza divina o homem estará abastado de justiça.

O que satisfaz a necessidade dos homens é o fruto do trabalho daquele que disse:
João 6:27  Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.

O evangelho social não estava em voga no discurso do Messias. Através do evangelho de Cristo o homem descobre a justiça de Deus. Ao alimentar-se das verdades no evangelho. Só em Cristo é possível obter a justiça que vem de Deus. Após ser justificado por meio de Cristo o homem obtém o direito de entrar no reino dos céus.

Adaptado Pr. Mário

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