Leitura: Salmo 23.1-6 “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre”.
Áudio:
Segundo a tradição judaica, Davi teria escrito este salmo quando estava cercado por uma tropa do rei inimigo. Foi num momento de angustia que Davi compõe este salmo que expressa sua confiança na proteção de Deus, pois o Senhor o livrará de seus perseguidores.
David era o irmão mais novo, entre os numerosos filhos de Jessé, ele exercia atividades pastorais, segundo o relato bíblico do livro do profeta Samuel, quando revolvido pelo senso de proteção matava as feras para defender as ovelhas do seu rebanho. Possivelmente é dessas experiências que Davi extrai referência pastoril em "O Senhor é meu pastor e nada me faltara".
1 Samuel 17.34-36 “Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão ou um urso e tomou um cordeiro do rebanho, eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei. O teu servo matou tanto o leão como o urso;”
A poesia de Davi traz consigo uma estrutura simples e comum de suas experiências pastorais, trazendo uma figura real daquilo que Deus faz na vida do homem salvo.
Davi tinha plena confiança que Deus supriria todas as suas necessidades, sejam elas temporárias ou eternas, físicas ou emocionais, materiais ou espirituais, é exatamente dessa compreensão que surge a frase “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”.
Davi vai descrever pelo menos três momentos onde vemos a busca do pastor pela sua ovelha
No primeiro momento vemos um lugar sereno e tranquilo
Salmo 23.2-3 “Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”.
A razão dessa tranquilidade está no fato que a ovelha está no lugar certo, sob os cuidados da pessoa certa.
Oh, como é bom estar na presença do Senhor! E desfrutar das delícias de sua provisão e proteção.
Vemos a expressão por repetidas às vezes de:
Ele me faz...
Ele me leva...
Ele me refrigera...
Ele me guia...
Somente o bom pastor é capaz de produz isso na vida de suas ovelhas, que nos seres humanos somos incapazes de conseguir buscando neste mundo.
O salmista descreve tudo aquilo que uma ovelha precisa para o seu bem estar, afinal de contas ele nos conhece, e sabe antes mesmo de pedirmos.
Note a grande daquilo que ele nos proporciona quando estamos debaixo da sua proteção e provisão:
Pastos verdejantes
Águas tranquilas
Refrigério para alma
Caminhos de justiça e amor
Todas essas expressões reforça a tese de que Deus dá “vida” para as ovelhas.
Para qualquer direção que elevemos nos olhos, nós não encontramos nada que mate essa fome, sacie essa cede, acalme nossa alma e nos dê esse sendo de que estamos no caminho certo, exceto quando o Senhor nos leva a esses momentos tranquilos e seremos.
No segundo momento vemos um lugar perigoso e selvagem
Salmo 23.4-5 “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda”.
Mas para a nossa infelicidade, muitas vezes decidimos o mal para nós mesmo, deixando de desfrutar e tomar da fonte da água viva para nos embebecermos de água lamacenta e comermos coisas perniciosas, isso nos assalta a alegria e nos vemos em caminhos tortuosos.
Exatamente o contrário daquilo que Deus deseja á nós, podemos perceber uma mudança gramatical na proposta de Davi, expressando uma mudança não somente geográfica, mas, de estado de espírito.
Observe, até então era o Senhor que me levava, agora “Sou eu mesmo que me levo”. Desventurados somos nós, em deixamos a fonte inesgotável para passarmos fome e cede, é incrível onde nossos pés podem nos levar...
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte”
Oh quão sombrio e tenebroso é o vale que atenta pela minha vida, Oh quão cruel são as minhas decisões carnais!
Poderíamos arrazoar que nesses momentos estamos por conta própria, mas graças a Deus que a “Bondade e misericórdias do Senhor nos acompanham”, Porque sem elas estaria todos arruinados e destinados a miséria.
Note que sublime é a ação pessoal do pastor na vida de suas ovelhas, a pobre infeliz que se encontra numa iminente destruição, é surpreendida pela visão mais apaixonada e familiar que poderia esperar.
“O teu bordão e o teu cajado me consolam”
A presença do pastor se fez tangível e experimentável no vale sombrio através de seu instrumento pastoral
O Bordão usado para enfrentar e afugentar animais selvagens e o Cajado: usado para puxar as pernas das ovelhas quando se prendem ou içá-las quando caem.
Oh que maravilha é essa imagem! Que segurança, mesmo no vale da sombra da morte.
Sabendo que o pastor ainda nos reserva muito mais, quando por ele somos resgados porque “Ele veio ao meu encontro”.
Ele nos achou, ele não desistiu, ele foi atrás...
Lucas 15.4-7 “Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Louvado seja Deus, pela insistência do bom pastor na vida de suas ovelhas, como isso nos consola!
Assim sendo, o bordão e o cajado do pastor quando aplicado em nós e a favor de nós é certo que nos traz consolo, isto é paz de espírito.
No terceiro momento vemos um lugar eterno de felicidade perpétuo
Salmo 23.6 “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre”.
É muito feliz o homem que tem o Senhor como o seu pastor!
Além de ter a plena certeza de que ele nunca faltará conosco, pelo contrário supre de tudo a fim de que “Nada falará”,
O homem salvo têm promessas perpetua “Habitando na casa do Senhor para todo o sempre”
Nossas necessidades são se resumem a momentos temporais e transitórios, pelo contrário temos necessidades eternas.
O que é pior comparado a uma eternidade sem Deus, se não é a descrição de uma vale sombrio em proporções eternas?
Por isso devemos nos valer das admoestações divinas e principalmente não supor que todo homem já o conhece, mas exorta-los para um encontro pessoal.
João 10.11-12 “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa”
É muito perigoso viver a espreita de acontecimentos como o “Arrebatar e o dispersar”, causado pelo mercenário e pelo lobo, pois são acontecimentos que às vezes não tem volta, por isso é muito mais sensato e seguro garantir que você já ouviu a voz do bom pastor e está debaixo de sua proteção.
Essa proteção de acordo com o salmista tem valor eterno!
Pr. Mário Botão
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