Leitura: Mateus 7.1-5 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.”
Hipocrisia é uma manifestação fingida e falsa virtude, o hipócrita é alguém que descreve uma falsa piedade. Jesus censurou várias vezes os religiosos de sua época devido a uma postura crítica e severa com relação aos outros.
Deve o crente nunca julgar? Será que esse ensino proíbe a apreciação de julgamento com relação a quem quer que seja? Estaremos comente pecado quando julgamos pessoas ou situações?
A bíblia nos admoesta a sermos criteriosos com várias áreas da vida, por exemplo, o crente deve:
· Julgar pecados obstinados (1Co 5.1-7)
· Julgar litígio entre irmãos (1Co 6.1-8)
· Julgar o ensino (1Co 10.1-2)
· Julgar comportamento duvidoso (1Co 11.13)
· Julgar a nós mesmo (1Co 11.31)
Por outro lado à bíblia também nos admoesta a evitarmos julgamentos contra:
· O próximo (Tg 4.11-12)
· Convicção (Cl 2.16)
· Atitudes (Rm 14.2-5)
Como equilibrar o “julgamento” sem sermos negligentes ou omissos? Como fazer justiça sem incorrer em injustiça? Como fazer o certo sem pecar?
Acredito que esse ensino de Jesus nos ensina alguns princípios sobre o “Juízo Temerário” do qual deve ser evitado porque é pecado.
O que é um juízo temerário, é um julgamento excessivamente exagerado, critico, severo, sem misericórdia, apressado, imprudente é juízo que destrói.
Perceberemos que o juízo temerário traz prejuízos pra quem, julga e não para quem é julgado. O texto de Mateus 7.1-5 descreve três prejuízos:
1º Prejuízo para o juízo do hipócrita temerário: Severidade de Deus
Mt 7.1-2 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também”.
O ensino de Jesus em primeiro lugar descreve a construção de uma medida.
Nos dias de Jesus havia um contrato de compra e venda de cereais, e nesse contrato regia que a mesma medida “metron” usada para escolher e separar os grãos de cereais deveria ser o mesmo usado para conferir e vender os grãos. Assim quando alguém comprasse, por exemplo, 10 “metron” de trigo, a medida usada tanto do vendedor como do comprador deveria ser a mesma. Contextualizando: Ele usou um “Cesto” pequeno comigo, vou usar um “Cesto” pequeno com ele; Ele usou um “Cesto” grande comigo, vou usar um “Cesto” grande com ele. Ou seja, sempre é a mesma medida.
Esse ensino foi mostrado por Jesus no Sermão do Monte:
Mateus 5.7 “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.
· Qual foi o “Cesto” que eu usei? Misericórdia!
· Qual será o “Cesto” que usarão comigo? Misericórdia!
Tiago, que reproduz muitos dos ensinos do sermão do monte, ele também trata deste assunto:
Tiago 2.13 “Porque o juízo sem misericórdia para com aqueles que não usou de misericórdia,”
· Qual foi o “Cesto” que eu usei? Juízo temerário!
· Qual será o “Cesto” que usarão comigo? Juízo temerário
Precisamos aprender a usar de “Misericórdia”, caso contrário serei julgado como julgo as pessoas.
Mas o hipócrita, não atenta para a instrução porque é tolo, mas o sábio regozija com a verdade.
2º Prejuízo para o juízo temerário: Incapacidade mental
Mt 7.3 “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”
O ensino de Jesus em segundo lugar descreve obstáculos para uma visão límpida, clara sem intervenção ou prejuízos.
Argueiro é algo bem pequeninho, pode ser uma farpinha de madeira, um pedacinho de grão um pequenino cisco de arroz.
Obviamente por menor que seja o argueiro, não deve estar no olho, porque incomodada e pode machucar. Precisa ser removido, precisa ser tirado.
Assim sendo essa linguagem metafórica descreve “erros” que cometemos que não devemos cometer, porém são erros de pequena proporção e magnitude.
Mas o hipócrita com seu juízo temerário tem uma obstrução mental, ele é cego para si mesmo, ele é excessivamente agressivo, impiedosos com os outros, mas é incapaz de reparar em si mesmo.
Jesus usa a linguagem de uma “Trave” que é uma viga grossa de madeira usada em construção, é até difícil de imaginar tal ilustração, que esbarra no absurdo e na incoerência da situação.
Assim é a proposta de Jesus, tal pessoa com seu julgamento temerário, chega esbarrar no absurdo e na incoerência da situação.
Assim é o hipócrita, cego para si mesmo, não percebe seus erros, suas más motivações, seus defeitos interiores, mas consegue ver pequenos erros e quase irrelevantes dos outros.
Infelizmente há muitas pessoas assim na igreja, que conseguem ver pequenas coisas que a incomodas, mas não se sentem incomodadas com os grandes erros que cometem.
Certa vez uma senhora foi ao pastor, muito chateada e irada com a igreja, cheia de acusações porque ficou doente por uma semana e ninguém foi visita em casa, e o pastor sabiamente comentou com ela, que já há mais de 10 anos ela era membro da igreja e jamais tinha visitado uma pessoa sequer que ficou doente e agora ela reivindica tendo forma de piedade hipócrita. Se ela não pode visitar em 10 anos centenas de pessoas que ficou doente porque se queixa de uma vista que não foi feita?
Precisamos aprender na simplicidade reconhecer que também cometemos erros e que precisamos nos arrepender deles antes de acusarmos os outros.
3º Prejuízo para o juízo temerário: Falsa piedade
Mt 7.4-5 “Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.”
Veja a encenação teatral do hipócrita:
“Deixa-me tirar o argueiro do teu olho”
Parece que e zeloso, cuidados, piedoso, sincero, mas infelizmente não é nada disso!
Ele quer se promover, ele se vangloria, ele se sente superior, mas é uma forma de piedade, que mascara um coração sujo de pecados.
O texto continua:
“Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.”
Há pessoas que tem o hábito de julgar com tanta severidade, mas ocultar uma falsa piedade, essa pessoa é indigna de corrigir quem quer que seja.
Suas palavras não tem poder, não tem autoridade, são palavras lançadas ao vento, é motivo de descredito e desaprovação.
Pessoas assim são inúteis para o reino e para a edificação da igreja, é um cego guiando outro cego, suas exortações não produz nenhuma correção
Precisamos pedir sabedoria e sensibilidade a Deus para perceber nossas “Traves” e arrependidos remove-las e quando aproximarmos de pessoas, sem a hipócrita intenção de se promover, mas com sinceridade de coração visando o aperfeiçoamento dos santos.
Pr. Mário Botão
estou precisando muito me doutrinar, não me sinto digno do Pai.
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