Leitura:
Isaías 48.10 “Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na
fornalha da aflição”.
Porque falar sobre “Disciplina”? Porque é uma palavra altamente referencial nos
Escritos Sagrados. No Antigo Testamento essa palavra aparece quase 900x. Podendo
ser traduzida como: Punição, admoestação e ou Instrução.
No livro de provérbios temos várias vezes
a palavra Disciplina. Invariavelmente todas elas devidamente aplicadas produz “correção”.
Ou seja, a “Restauração plena de uma
alma em decadência”.
Salomão é categórico ao afirma que aquele
que retém a disciplina é “Estúpido e não
ama o conhecimento”. Provérbios 12:1 “Quem ama a disciplina ama o
conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido”.
No Novo testamento também temos a palavra
“Disciplina”. O termo grego é “Paideia”. Que vem da raiz “Pais” no grego que traduzido no
português é criança, menino, infante.
A palavra “Paideia” é usada em vários contextos, como: Correção de erro... Punição
severa contra um determinado crime... Instrução... Treino olímpico...
Por exemplo, quando o Novo Testamento foi
escrito, os jogos olímpicos eram familiares e populares. E muitos atletas
submetiam as duras e regidas “Paidéia”
par obter os melhores resultados. Eles se submetem a uma dura disciplina,
impostas pelos seus treinadores os “Paideutes”.
Eles tinham que ser disciplinados... Os melhores resultados vinham sob aqueles
atletas que se submetiam as duras e rígidas disciplinas.
As Escrituras de modo geral. Tratam de disciplina de um modo natural
e necessário. Tanto para corrigir e instruir... Como até para punir...
Por exemplo, quando a igreja trata de “Disciplina”. Entendemos que o papel da
igreja dentre esses modos onde a palavra se relaciona no contexto bíblico.
A igreja que é exortada a disciplinar, não
deve fazê-lo no sentido de PUNIÇÃO. A disciplina eclesiástica não tem a
finalidade “Punir”, “Castigar”. E sim corrigir, restaurar,
instruir, admoestar.
No entanto a gente prefere ficar na
admoestação oral. Às vezes o pastor precisa ser mais enérgico, mas firme... Mas
não vamos usar a “Vara” literalmente
dentro da igreja...
Entretanto há algumas situações que a “Vara” literal se faz necessária. Obviamente
não dentro da igreja
A mensagem dessa noite tem esse objetivo: Demonstrar
os meios pelos quais o homem é disciplinado dentro do contexto bíblico
O
primeiro meio reconhecido de disciplina é aquele aplicado pelas autoridades
Nós reconhecemos o valor e a importância das
autoridades civis e militares para manter a ordem;
Romanos 13.1 “Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas”.
Alias que se diga de passagem... Uma das
finalidades das autoridades civis e militares é manter a ordem. Quando isso não
acontece às autoridades tem permissão de Deus para aplicar punições.
Irmãos uma coisa deve ser devidamente
esclarecida. O apóstolo expor um ensino detalhado sobre “Submissão as autoridades” num contexto social onde regia um regime
imperialista ditatorial, onde os cristãos eram visto como uma ameaça à ordem.
Não foi fácil... O que deveriam ter falado
mal de Paulo... Esse Paulo não sabe o que está falando... Obedecer a um regime
corrupto... Esses romanos cruéis, ladrões...
Naquele tempo, o imperador romano, Nero,
oprimia as nações. Ele mandou matar muitos cristãos. E o apóstolo Paulo exorta
os fiéis contra todo o raciocínio humano. A exortação era de se submeterem as
autoridades. Obedecer e cooperar. Porque mesmo um ditador é, no cargo, servo de
Deus. Colocado em sua posição de autoridade conforme os planos de Deus. Como
Deus o diz: Não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem
foram por ele instituídas.
Se falar de submissão num contesto de
regime democrático já é difícil, imagine falar num contexto Imperial? Onde o
seu irmão talvez acabasse de ser morto. Seus pais estão na cadeira... Você está
sofrendo uma iminente ameaça de ser encarcerado...
Romanos 13:4 “Visto que a autoridade é
ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é
sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para
castigar o que pratica o mal”.
O que esse texto quer diz quando diz “vingador, para castigar o que pratica o mal”?
Significa que se você não se comportar devidamente você vai sentir a lâmina da
minha espada penetrando as suas entranhas.
Resistir a essa verdade é resistir ao
próprio Deus. Eu sei que não dá pra concordar com tudo o que as autoridades
fazem... Principalmente autoridades que fazem mal usam de seu poder... Parcialidade
no julgar. Tratar com Injustiça. Não defender a causa do oprimido. Desdenhar
para os opressores. Isso é inadmissível. Isso é inaceitável
Por essa razão há inúmeros versículos que
falam como devem proceder as autoridades: Os magistrados. Os Governantes. Os
reis. Os soldados. E até os pais numa proporção menor...
Mas uma coisa é certa. Na perspectiva de
manter a ordem é necessário e permitido usar a “espada”. Principalmente para aqueles que praticam o “Mal”. Os desordeiros... Os brigões...
Deus usa as autoridades para PUNIR o
infrator. Esse é o primeiro meio pelo qual a disciplina é aplicada
O
segundo meio, entretanto tolerado é aquele aplicado pelos inimigos.
Deus permitiu os inimigos aplicarem a
disciplina em seu próprio povo inúmeras vezes. E tudo foi devidamente
registrado. O povo de Israel foi muitas vezes entregue nas mãos de seus
inimigos. Deus os entregou para correção.
Esses inimigos poderiam ser um:
- Exército fortemente armado
- Povo devidamente motivado, não necessariamente armado belicamente.
- Algumas pessoas ardilosamente infiltradas
- Outras vezes Deus entregou na própria mão do Diabo
- Deus permitiu Satanás ter pode sobre a vida de determinadas pessoas.
Temos um episódio muito interessante no
Antigo Testamento que nos ajuda entender essa possibilidade de disciplina “Cair nas mãos dos inimigos”. Davi mais
uma vez pisa na bola com Deus... E Deus tem que corrigi-lo... O rei Davi é como
a gente... Falar às vezes não é suficiente... Às vezes como Davi a gente
precisa cair nas mãos dos inimigos. E Deus permite... Ele tolera que os ímpios
nos corrijam...
Veja a situação que interessante: 1
Crônicas 21.9-13 “Falou, pois, o SENHOR a Gade, o vidente de Davi, dizendo: Vai
e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas,
para que ta faça. Veio, pois, Gade a Davi e lhe disse: Assim diz o SENHOR:
Escolhe o que queres: ou três anos de fome, ou que por três meses sejas
consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance,
ou que por três dias a espada do SENHOR, isto é, a peste na terra, e o Anjo do
SENHOR causem destruição em todos os territórios de Israel; vê, pois, agora, que
resposta hei de dar ao que me enviou. Então, disse Davi a Gade: Estou em grande
angústia; caia eu, pois, nas mãos do SENHOR, porque são muitíssimas as suas
misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu”.
Deus permite Davi escolher qual punição
ele quer receber
1 – Três anos de fome
2 – Três meses nas mãos dos inimigos
3- Três dias da espada do Senhor (peste na
terra)
O que me chama a atenção era a convicção
de Davi de que melhor era cair nas mãos de Deus do que nas mãos de seus
inimigos. Porque Deus teria piedade e seus inimigos não.
É cruel quando alguém é entregue nas mãos
dos inimigos. Mas recusou a correção do Senhor... Deus entrega...
Foi o caso de Israel durante a conquista
de Canaã. Israel insistia em desobedecer a Deus. Deus entregava seu povo nas
mãos de seus inimigos. E quando eles estavam nas mãos dos inimigos eles
clamavam ao Senhor e queriam voltar... Porque aprendeu que debaixo das mãos
corretiva de Deus é infinitamente melhor do que nas mãos dos inimigos.
Isso verdadeiramente aconteceu, e Deus
havia alertado de antemão os israelitas: Deuteronômio 28.25 “O SENHOR te fará
cair diante dos teus inimigos; por um caminho, sairás contra eles, e, por sete
caminhos, fugirás diante deles, e serás motivo de horror para todos os reinos
da terra”.
Paulo foi ousado numa ocasião. Paulo
deveria ter sido odiado por muitas pessoas. Pessoas com aversão de Paulo
No livro de 1 Coríntios temos um camarada
que vivida de modo imoral e isso era de conhecimento geral. Todo mundo sabia...
E ninguém fazia nada... E Paulo orienta entregue esse “Tal” nas mãos do inimigo.
1Co 5.3-5 “Eu, na verdade, ainda que
ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse
presente, que o autor de tal infâmia seja,
em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de
Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de
que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”.
Esse texto traz várias verdades. A
primeira verdade é que uma pessoa em prática de pecado, que não se arrepende,
não quer mudar dever ser: “Entregue a Satanás”.
V.5
A segunda verdade se relaciona com o
propósito imediato da entrega que é a destruição do corpo físico desse crente
obstinado. “Entregue a Satanás para a
destruição da carne”. V5
E uma terceira verdade claramente
implícita demonstra o propósito final dessa entrega que é a “Salvação da alma”. “A fim de que o espírito seja salvo no Dia
do Senhor Jesus”. V.5
A igreja coríntia tinha a mente tão aberta
e tolerante que não fazia nada para eliminar a imoralidade que tinha-se
infiltrado na congregação. O
comportamento de um de seus irmãos era escandaloso, mas ninguém o tinha
corrigido adequadamente. Paulo explicou que tal impureza, deixada sem correção,
pode destruir uma comunidade inteira de santos. Ele mandou que expulsassem o
pecador obstinado.
Mas a preservação da congregação não é a
única meta. Este ato disciplinar é um ato de amor, buscando os melhores
interesses do irmão rejeitado. O versículo 5 diz: "...
entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja
salvo no Dia do Senhor [Jesus]."
Esse homem salvo porém obstinado estava
tentando manter um pé no reino de Deus enquanto o outro estava no mundo. Seus
irmãos não podiam forçá-lo a tirar o pé do mundo. Mas podiam tirar seu outro pé
do meio do povo de Deus.
Assim, entregaram-no a Satanás com um
propósito: "a destruição da carne". O mundo vai
destruí-lo... Satanás rege o mundo ímpio, menos a igreja... Às vezes acontece
como no relato do filho pródigo. Que não quer ficar na casa do pai, nos termos
do pai. E esse menino se foi... E quando se deu conta, do estado de miséria, numa
pocilga, ele quer voltar e de fato volta e é recebido com muito regozijo para
os braços amorosos do Pai.
Muitos não voltam. Porque alguns não
voltam? João 3.19 “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”.
Basicamente aprendemos dois meios de
disciplina. Aquele praticado pelas autoridades. Aquele praticado pelos
inimigos.
O terceiro
meio disciplinar é aquele onde o próprio Deus assume a correção e resgate
1 Pedro 4:12 “Amados, não estranheis o
fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma
coisa extraordinária vos estivesse acontecendo”.
Deus nos prova quanto lhe apraz: Precisamos
de provas. Precisamos de medidas corretivas. Se não o nosso velho homem não
será destruído. Deus precisa nos ajudar
E a provação faz da gente, crentes
melhores. A provação remove da gente imperfeições, impurezas.
Todo o crente precisa de correções... Boa
parte das correções Deus o faz através da sua Palavra. Ele fala conosco e
agente assimila o conteúdo e obedece. Às vezes temos “Cabeça dura”. Como eu e você em determinadas situações
Aí, O senhor tem que nos levar para REFINARIA
e trabalha com a gente.
Salmos
66.10 “Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a
prata”.
Provérbios
17:3 “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o
SENHOR”.
A
pepita de ouro, em seu estado bruto, pode ser irreconhecível para a maioria das
pessoas. Sua forma é irregular. Por estar coberta de sujeira, seu brilho é
mínimo ou até ausente. O garimpeiro escolhe a pepita entre tantas pedras do rio
ou escava a terra à sua procura. Ela é separada e recolhida com todo cuidado. A
pepita pode ser lavada, mas esse ato remove apenas a sujeira exterior. Em
seguida, ela é conduzida ao fogo que, com temperatura altíssima, derrete o ouro.
Pode parecer que, ao final, nada restará. De certo modo, sim. A mudança é tão
drástica que o nome deixa de ser apropriado. O calor do fogo faz com que o ouro
se derreta, tirando-o de seu estado bruto e duro. Ocorre, então, a separação
entre o precioso metal e as outras substâncias que estavam nele incrustadas. Muitas
delas serão consumidas pelo fogo. Outras serão removidas. Terminada a
purificação, o ouro derretido, aceita a forma que o ourives desejar, seja ela
qual for. O metal está totalmente flexível e maleável. Ao final, o resultado
será uma barra de ouro puro ou uma joia preciosa.
Conclusão
As Escrituras de modo geral. Tratam de disciplina de um modo
natural e necessário. Tanto para corrigir e instruir... Como até para punir...
O que devemos pensar é QUEM a gente quer
para nos corrigir? Queremos dizer para Deus como ele deve tratar com a gente...
Mas não é assim que funciona
Deus quer um coração submisso e pronto a
aceitar a sua correção. Quando isso não acontece. Ele pode usar as autoridades
civis. Ou pode até usar os ímpios. Tanto os ímpios como o diabo não terão
piedade
O Senhor Deus pode remover todas as nossas
imperfeição sem destruir as nossas vidas. É um processo dificílimo, mas
extremamente necessário e recompensador.
Se você precisa de correções, aceita
aquela que vem do Senhor e muda a sua forma de pensar,
Pr Mário Botão
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