terça-feira, 6 de março de 2012

Sinais de Rebelião


Leitura: 1 Timóteo 1:9  tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas.

Nesse texto Paulo fala a Timóteo daquelas pessoas que se opõe a Sã Doutrina, dentre os pecados listados encontramos a “Rebeldia”.

Por rebelião queremos dizer ser controverso, ser rebelde, ser teimoso, ser desobediente e ou ser contra.

A rebelião é o pecado mais antigo, segundo a Bíblia começou com Lúcifer.

Is 14.11-15 “Derribada está na cova a tua soberba, e, também, o som da tua harpa; por baixo de ti, uma cama de gusanos, e os vermes são a tua coberta. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo”.

Desses dois textos, Isaías foi o que mais retratou esse episódio sobre o Querubim caído. Ele afirmou que esse anjo de muito esplendor dizia que “Exaltaria seu trono acima das estrelas de Deus, acima das mais altas nuvens e seria semelhante ao Altíssimo”.

O texto demonstra que esse querubim queria ser semelhante ao Altíssimo. A expressão hebraica para “Altíssimo” é usada somente para Deus. Esse adjetivo hebraico demonstra que Lúcifer queria ter a autoridade que somente o senhor Deus tem.

A rebelião se manifesta juntamente com a soberba e o desejo de ser e estar no lugar do líder. Dificilmente alguém em rebelião confessaria seu pecado, pois a soberba cega tais pessoas que o pratica, tendo sempre um pretexto que justifique tal prática.

Satanás queria ser Altíssimo e tentou fazer isso levando consigo um terço dos anjos

Ap 12.3,4 “3  Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse”.


Geralmente, a rebelião contamina outros também. Para isso, o rebelde precisa vender uma imagem negativa do líder para que ele possa chegar a seus objetivos. Tudo indica que foi isso que Lúcifer fez para convencer um terço dos anjos.

É assim que Absalão fez para fazer a maior rebelião em Israel de todos os tempos

2Sm 15.6 “Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel.”

Esse texto afirma que Absalão “furtava” o coração do povo. Isso quer dizer que ele forjava uma conspiração contra Davi, seu pai, convencendo as pessoas e vendendo uma má imagem de Davi.

A mesma coisa fez Jeroboão na divisão do reino de Israel.

1Rs 12.15-18 “O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque este acontecimento vinha do SENHOR, para confirmar a palavra que o SENHOR tinha dito por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas. Quanto aos filhos de Israel, porém, que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão. Então, o rei Roboão enviou a Adorão, superintendente dos que trabalhavam forçados; porém todo o Israel o apedrejou, e morreu. Mas o rei Roboão conseguiu tomar o seu carro e fugir para Jerusalém.”


A rebelião é tão forte que Samuel tratou como o pecado da feitiçaria.

1Sm 15.23 “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar.”

Mas vem a pergunta que não se quer calar: quer dizer que devo aceitar tudo que o líder diz e quer fazer? Quando é que eu posso discordar do líder e não agir com rebelião? Para isso, vamos seguir o exemplo de Davi.

O paradigma de submissão

1Sm 24.4-15 “Então, os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia do qual o SENHOR te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu inimigo, e far-lhe-ás o que bem te parecer. Levantou-se Davi e, furtivamente, cortou a orla do manto de Saul. Sucedeu, porém, que, depois, sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul; e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR.”

Esse texto nos dá uma boa base para entendermos os limites de discordarmos sem que caiamos no erro da rebelião.

Precisamos entender primeiro, o que estava a favor de Davi. Davi fora ungido rei de Israel; Saul estava definitivamente errado em suas ações querendo matar Davi por inveja;

Vamos analisar como Davi tratou seu maior inimigo a quem ele chamou de “Ungido do Senhor”.

Davi sentiu bater no coração a humilhação de Saul

O que podemos notar no texto é que o que Davi sentiu no coração não foi o prejuízo das vestes reais de Saul, mas a humilhação de Saul tendo suas vestes reais rasgadas diante de seu exército. Isso nos traz o princípio que precisamos ter muito cuidado a expor líderes e autoridades à humilhação.

Paulo pediu desculpas ao sumo-sacerdote que chamou de “parede branqueada” At 23.2-5.
Embora que o sumo-sacerdote estava errado, mas Paulo, imediatamente, desculpou-se e citou Ex 22.28, onde afirma: “Contra Deus não blasfemarás, nem amaldiçoarás o príncipe do teu povo”.

Paulo teve o temor do Senhor em humilhar uma autoridade judaica, mesmo ele tendo razão ou motivos para tal coisa.

Nós podemos discordar de uma autoridade, podemos dizer que não concordamos e até afirmar que essa está errada; mas, entre discordar de uma autoridade e humilhá-la são duas coisas totalmente diferentes.

Podemos discordar de um pastor ou qualquer líder que está sobre nós, mas jamais poderemos trazer constrangimento e humilhação a esses líderes.

Davi não perdeu o respeito a Saul,

Não foi à toa que Davi foi chamado “o homem segundo o coração de Deus”.

Davi agiu em total respeito a Saul, mesmo na situação desfavorável e em total erro deste. Isso nos dá um princípio de que o líder pode estar errado como estiver, mas não devemos perder o respeito à sua pessoa.

No caso de problemas em igrejas com pastores, um membro de uma igreja, ao se sentir ofendido ou injustiçado por um líder ou pastor, pode, sem perder o respeito, pedir a sua carta ou afastamento de seu cargo, ou até mesmo uma demissão; mas, jamais, podemos desrespeitar um líder ou autoridade constituída por Deus.

O NT nos adverte sobre o cuidado de não perdermos o respeito aos pastores e líderes. Portanto, pode-se perfeitamente entender que o autor queria demonstrar um respeito ao líder, mesmo que haja discordância de suas idéias;

Davi não deixou de expressar sua discordância a Saul

Davi não deixou de discordar de Saul. Ele afirmou do verso 9 a 12 que a perseguição dele era injusta e se ele fosse mesmo mau como Saul o concebia, ele o teria feito mal.

Isso demonstra que discordar do líder não é rebelião de forma alguma.Podemos discordar com muita educação de um líder, pastor, presidente ou qualquer líder que foi constituído por Deus.

A Bíblia demonstra que aqueles que têm uma mente crítica são considerados nobres como os crentes de Beréia (At 17.10,11). Eles procuraram analisar as próprias palavras dos apóstolos Paulo e Silas para ver se de fato tinham base nas Escrituras. Eles fizeram isso, sem cair no erro da rebelião.

Portanto, pode-se, perfeitamente, criticar uma ideologia de um professor, pastor, até de nossos próprios pais com todo respeito e sem atacar sua autoridade diretamente ou atingir a sua reputação.

Rebelião é um ataque direto à autoridade. Por isso que em Isaías afirma que Lúcifer queria assentar-se no trono de Deus.

Devemos cuidar com os nossos atos de protestos, para não incorrermos e sermos encontramos rebeldes.

Há uma maneira correta de lidar conflitos, precisamos aprender a lidar com essa temática.

Paulo alerta a Timóteo que não receba denúncia contra presbítero. A palavra (kategoria) traduzida para denúncia tem uma reivindicação de buscar um tribunal.

Paulo proíbe qualquer reivindicação de acusação contra um presbítero, exceto, se tiver duas ou três testemunhas.

Paulo usa o método da Lei (Dt 17.3-7). Essas duas ou três testemunhas dizem respeito à mesma acusação ou evento específico.

Muitas pessoas interpretam errado essa expressão colocando para quando houver várias denúncias de várias acusações, mas implica duas ou três testemunhas da mesma acusação específica. Isto quer dizer: se houver duas denúncias, deve-se ter duas ou três testemunhas de cada denúncia contra o presbítero.

Foi isso que o sumo-sacerdote percebeu nas acusações contra Jesus. Eles interpretaram a Lei errado trazendo testemunhas diferentes de acusações diferentes (Mt 26.59,60).

Mateus afirma que apresentaram muitas testemunhas contra Jesus (v.60), mas não foram coerentes e aceitas por terem sido de várias ocasiões diferentes.

Por isso que Marcos afirma que essas testemunhas não foram coerentes (Mc 14.56). Mesmos assim, apareceram duas testemunhas contra Jesus. O problema agora não é a incoerência nem a mentira dessas testemunhas, mas a interpretação que elas tiveram das palavras de Jesus acerca do templo.

Por causa disso e para preservar a imagem do presbítero, deve-se analisar com bastante cuidado as testemunhas, coerência e veracidade destas de cada denúncia específica.

Não se pode esquecer, antes mesmo de mostrar as testemunhas, do que Jesus ensinou nos evangelhos que se deve questionar e demonstrar ao acusado pessoalmente.

Mateus escreve:

Mt 18.15-17 “Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. 17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano”.

Notemos que antes de tomar duas ou três testemunhas, Jesus afirma que se deve argüir entre o acusado pessoalmente, mostrando provas e questionamentos, sozinho com a pessoa.

Lembremos que o arcanjo Miguel deu o maior exemplo de submissão quando contendia a respeito do corpo de Moisés. Ele respeitou a autoridade da essência do mal, Satanás (Jd 1.8-10).

Judas estava ensinando exatamente o respeito às autoridades. Vemos que Miguel tinha tudo para fazer um juízo difamatório do diabo, mas respeitou-o e deixou que o Senhor o repreendesse.

Precisamos entender que uma autoridade é um representante de Deus e ministro também (Rm 13.4; Jo 19.11) e qualquer autoridade deve ser respeitada e honrada, mesmo que não concordemos com elas. Portanto, precisamos ter muito cuidado de não cair nesse terrível erro e agir da mesma forma que Satanás.

Pr. Mário

Obs.: Essa material foi organizado ao longo de várias leituras e pesquisas por essa razão da impossibilidade de atribuir crédito

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