Leitura: Efésios 4.28 “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”.
O apóstolo Paulo trata de um assunto comum a todos os crentes: “A Mortificação da carne”.
Essa luta é comum a todos os crentes, sejam maduros, neófitos, acadêmicos ou não, não há crente que não trave batalhas diárias contra os desejos da carne.
John Owen comentou:
“A mortificação enfraquece a força do (pecado), mas não muda sua natureza. A graça muda a natureza do homem, mas nada pode mudar a natureza do pecado... Destruído ele pode ser, e será, mas não pode ser curado... . Se não for dominado e destruído, dominará e destruirá a alma.
E, aí reside não pequena parte de seu poder... Nunca se aquieta (quer seja) vitorioso (ou) conquistado... Mortifique o pecado. Faça disso sua labuta diária; sempre, enquanto viver; não termine nenhum dia sem lutar; continue matando o pecado ou ele o matará.”
E, aí reside não pequena parte de seu poder... Nunca se aquieta (quer seja) vitorioso (ou) conquistado... Mortifique o pecado. Faça disso sua labuta diária; sempre, enquanto viver; não termine nenhum dia sem lutar; continue matando o pecado ou ele o matará.”
Recebemos uma nova natureza quando pela fé fomos justificados, essa natureza é divina e tem prazer nas coisas celestiais, mas a outra tem prazer nos desejos e cobiças da carne.
É uma batalha agonizante e que muitos durante essa jornada desanimam, e pensa até desistir, até que um ato de misericórdia do Senhor em mover um livramento, ou uma exortação através de uma leitura ou mensagem, ou até mesmo diante de uma expressão de cuidado por parte de pessoas que estão conosco nessa batalha nos admoestam a continuar firmes.
O título desse devocional “Mudança Radical” tem como intuito encorajar os crentes a deixar de alimentar os desejos da carne, para que ela não se torne mais forme e dominadora.
Às vezes associamos a palavra “radical” a extremismo de ideologias, onde se comete barbarias em nome e por uma causa, não é sobre esse tipo de mudanças a qual me refiro, e sim aquela que a todo custo iremos nos esforçar para dominar e fizer morrer essa natureza que nos é maléfica.
Paulo apresenta uma orientação muito significativa para pessoas como nós que desejamos ter vitórias sobre essa declinação da carne.
Meu desejo é que essa labuta possa se tornar uma força motivadora e persuasiva para que muitos experimentem os benefícios de uma vida transformada.
Começaremos por expor que Paulo nos versos 17-18, explica o publico que desenfreadamente satisfaz e cumpre os desejos da carne sem constrangimento ou censura.
Ef 4.17-19 “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza”.
Podemos observar que o apóstolo veementemente condena uma vida nutrida por atos que deveriam ser mortificados e associa a deliberação de tais atos aos ímpios
Pois esses são dominados completamente pelos desejos da carne
- Seus pensamentos são vazios de virtudes
- Seus corações são rebeldes e insaciáveis
Paulo ainda pontua “Comentem toda sorte de impureza”, esse retrato é assustador, de alguém que não tem controle nenhuma sobre sua natureza e nem sobre seus atos, são pessoas descontroladas e inconsequentes.
Não conseguem se dominar o que desejam fazem, por mais sórdido, grotesco e terrível eles não conseguem dizer “Não”, aliais essa escravidão se torna prazerosa para aqueles que são dominados por essa treva incutida na alma.
Paulo disse que eles são “Obscurecidos”, ou seja, a mente deles está na escuridão.
Por essa razão que o “Regenerado” não pode ser encontrado na mesma situação e vivencia de que um “ímpio”, pois esse é dominado pelas trevas, não tem controle, seus desejos são incontroláveis.
Mas a admoestação surge porque há concretização de atos entre os professos que não deveria existir, é muito provável que a atitudes de alguns crentes estavam trazendo escândalo e muitos questionamentos sobre a legitimidade da conversão de algumas pessoas.
Paulo continua e observa:
Ef 4.20-22 “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano”.
Nessa argumentação Paulo ressalta a principal evidencia de convertido, que é o “Trato passado”.
Em outra ocasião Paulo havia dito:
2 Coríntios 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
É de suma importância e relevância que as coisas pertencentes a velha vida devem ficar no passado, mesmo que enfrentemos lutas o pecado deve ficar no “Passado”, não é algo que devo contemplar no futura
No presente eu travo batalhas espirituais, desse modo se eu contemplar o meu pecado ele vai me destruir, Paulo disse:
“Velho homem que se corrompe segundo as concupiscências do engano”.
O pecado nunca é bom, nunca entrega o que promete, é uma propaganda enganosa, é um anuncio fraudulento, é uma proposta criminosa, é uma publicidade mentirosa.
Além de não entregar o que promete, o pecado faz mal traz prejuízos, o pecado me destrói, o pecado mata.
Assim sendo, Paulo apresenta aquilo que o crente deve almejar aquilo que deve ser o seu anseio, o seu alvo, o seu propósito de vida.
Ef 4.23-24 “E vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”.
A renovação não é uma mudança de liturgia, não é uma mudança de ideologia, nem uma mudança de filosofia, essa renovação está vinculada essa parte imaterial do homem chamada “Alma” que tem vida além do corpo, e que precisa ser alimentada com a verdade de Deus.
É nesse contato da alma humana com as verdades de Deus, que o homem salvo vai ter poder de controle sobre a velha natureza.
Podemos até pontuar, que é a Palavra de Deus no homem que o capacitará a dominar os desejos que outrora o dominava.
Aí então, Paulo começa descrever algumas situações práticas daqueles que começaram a ter vitórias sobre essa natureza.
Ef 4.25-32 “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.
Perceba que o crente pode ter vitórias concretas e experimentáveis na sua jornada cristã.
Obviamente não será um luta fácil, pelo contrário será cercada de muitas frustrações e angustias, mas temos a promessa e a experiência cristã já tem testemunhado dessa maravilhosa mudança radical.
Paulo descreve alguns pecados, próprio de ímpios que os crentes professos em Jesus têm obtido e poderá obter vitórias.
- Mentira
- Ira
- Palavras torpes
- Amargura
- Cólera
- Gritaria
- E toda malícia
No começo dessa meditação fizemos referencia de uma citação de John Owen, quero subscrever a frase
“Mortifique o pecado. Faça disso sua labuta diária; sempre, enquanto viver; não termine nenhum dia sem lutar; continue matando o pecado ou ele o matará.”
Que as palavras de Paulo e esse sábio comentário de John Owen possa contribuir para a nossa pessoal e agonizante batalha espiritual, sabendo de que nele somos vitoriosos.
Pr. Mário Botão
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