Na minha infância, o Natal era uma
festividade comemorada em família, recebíamos os primos, as tias e os tios, ficávamos
até tarde na rua jogando bola, os adultos conversando numa roda, beliscando a
carne do churrasco, e depois assistíamos os fogos de artificio.
Entretanto, a televisão foi protagonista
principal na minha infância, eu e minha irmã gastávamos horas assistindo TV, algumas
vezes ficávamos aborrecidos com meu pai, porque ele colocava no Jornal.
Nessa época, no mês de dezembro, as
propagandas e comerciais, começavam anunciar o natal, eram estimulantes, na verdade
o comércio depende muito da qualidade das propagandas, dois comerciais ficaram registradas
na minha mente, umas propagandas comerciais, a primeira foi da Caravana da
Coca-Cola, e a segunda foi do coral infantil, “Quero ver você não chorar”.
A verdade é que cada um de nós
trazemos na nossa história de vida, momentos, fleches de lembranças, algumas
alegres, outras traumáticas.
Mas o fato, é que quando chega o mês
de dezembro, mesmo entre aqueles que não professam uma fé cristã, há um
sentimento que se diferencia no natal, as pessoas ficam diferentes.
A expressão “Espírito do natal” é uma expressão de um estado de comportamento, e eu partilho dessa realidade, e
talvez você também.
Pra você o que seria esse “Espírito de natal”? É obvio que hoje
por causa do capitalismo, essa máquina que faz girar a economia do país e do
bolso de muitos brasileiros e você talvez seja um deles, é fator significativo.
Mas existe! É uma constatação, as
pessoas ficam diferentes, acho que mais “Sensibilizadas”.
E a igreja percebendo isso, acaba
aproveitando dessa oportunidade para lançar o Evangelho de Cristo através de
musicas, cantadas por um Coral, muito bem ensaiadas e por uma encenação teatral
que traga uma mensagem natalina.
Eu me propus a pensar sobre essa “Sensação” que há, quase que da maioria
de nós, nessa época de natal.
E me senti, no dever da dar uma resposta
bíblica a essa sensação tão homogenia entre nós, nessa época onde os cartões
natalinos trazem uma mensagem, nessa época boa parte dos panetones trazem uma
frase, nessa época as pessoas usam um jargão tão comum,
Em sua opinião qual é essa frase?
Penso
que a frase que se destaca é “Feliz
Natal”. No coração humano há uma expectativa muito grande, por detrás do
Natal; Quase que um apelo desesperado para que algo preencha o vazio da alma.
Irmãos é uma constatação cruel. Por muitas
pessoas, ou talvez milhares delas,
Acaba quase que entorpecendo a alma,
com uma migalha, de uma possível fração de felicidade por detrás: de um
presente, de um abraço, de um champanhe, de um pernil, que mesmo recebido com
toda festa, tanta expectativa, mas que logo depois acaba, e você tem que se
convencer que o natal, tão esperado, tão aguardando, é um momento, tão curto e
tão insignificativo, que já acabo!
Mas não pode ser somente isso! É como
uma criança que aguarda ansiosamente o tal do presente do bom velhinho, o tal
estimado carrinho de controle remoto, e ganha o carrinho de controle remoto, alegra-se
com o carrinho de controle remoto, mas depois de algumas horas, se a bateria
não acabar, o “carrinho” tão esperado acaba ficando encostado, debaixo da cama,
na prateleira, e que talvez, noutro momento, eu venha usa-lo de novo.
É isso mesmo o “Espírito do Natal”? Algo tão grandioso, e quando chega na hora “H”, É tão insignificante? Será que eu
tenho que me convencer que é isso mesmo?
Para pra pensar, tem que haver alguma
coisa há mais.
Por isso que me propus a pensar, o que
há por detrás desse espírito natalino que os presentes e as festas, e os
abraços, e as panetones não preenchem?
Qual é a resposta bíblica para o
natal? O versículo que encheu meu coração para dar resposta sobre essa sensação
que as pessoas procuram e talvez não encontre, porque procuram no lugar errado,
A resposta está no texto que registra
o momento que os anhos anunciam o nascimento do messias aos pastores.
Leitura:
Lucas 2.8-20 “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e
guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor
desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e
ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis
aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto
vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em
manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia
celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz
na terra entre os homens, a quem ele quer bem. E, ausentando-se deles os anjos
para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os
acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. Foram apressadamente e acharam
Maria e José e a criança deitada na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram o que
lhes tinha sido dito a respeito deste menino. Todos os que ouviram se admiraram
das coisas referidas pelos pastores. Maria, porém, guardava todas estas
palavras, meditando-as no coração. Voltaram, então, os pastores glorificando e
louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado”.
A frase que encheu meu coração, para
dar resposta a essa sensação tão pequena que muitos de nós partilhamos no natal
é essa que se encontra no versículo 14,
Os anjos cantando e dizendo: “Glória a
Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”.
Eu sublinharia a expressão “Paz na terra entre os homens”.
Existe um cântico, intitulado “Noite de paz”. Letra Joseph Mohr de 1848
e musica de Franz Gruber de 1863
Cuja composição, foi feita por um
padre na Austrália, e foi cantado pela primeira vez na Missa do galo na
paróquia São Nicolau.
Noite paz é a musica mais popular na
noite de Natal. Foi declarado um patrimônio cultural imaterial pela UNESCO em
março 2011. A canção foi traduzida em cerca de 140 línguas.
A canção foi cantada simultaneamente
em Francês, Inglês e Alemão pelas tropas durante a trégua de Natal, durante a primeira guerra mundial
em 1914.
E essa musica expressa fielmente o que
está aqui registrado no evangelho de Lucas.
Existe um relato de que esse cântico trouxe
paz num campo de batalha, isso ocorreu em dezembro 1870, numa guerra entre
França e Alemanha, enquanto as duas partes se confrontavam nas trincheiras, um
sodado francês levantou-se e começou a cantar, os soldados alemães surpresos,
não atiraram, em vez disso, um deles deu um passo a frente e começou a cantar
em Alemão “Noite de paz”. Foi um pequeno intervalo, um pequeno espaço de tempo,
prevaleceu à paz entre os homens, mesmo cuja tarefa era matar.
O que há por detrás do espírito de
natal? A resposta bíblica que eu encontro e me sinto confortável a repartir com
os irmãos é o nascimento do messias.
Deus nos deu seu único filho a fim de
trazer paz entre os homens. Mas essa ideia já era conhecida dos profetas, o
profeta Isaias declarou na sua profecia messiânica, o seguinte:
Isaías 9:6 “Porque um menino nos
nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
Eu destacara o título messiânico “Príncipe da paz”. Que colabora com esse
cântico angelical para os pastores.
O nome hebraico para “Príncipe da paz”. É Shar Shalom, que significa
aquele que remove todos os fatores que impedem a paz.
Irmãos isso se destaca quando o comparamos
com os grandes lideres mundiais. Pois os lideres mundiais promovem paz através
de guerra, através de conquistas sangrentas. O próprio rei Davi, um grande rei,
um grande monarca, um dos mais fantásticos reis de Israel, Foi conhecido como um homem de “sangue”, Um homem que tinha sangue nas
mãos, Davi foi um rei sangrento, esse foi “o motivo”, de Deus não permitir ele construísse
o templo.
Mas com Jesus é diferente, aliais foi
exatamente essa a critica de muito de seus discípulos, Jesus decepcionou muita gente,
As pessoas não queriam um príncipe da
paz, as pessoas queriam um monarca que colocasse Roma no seu devido lugar, Israel
queria um rei que aniquilasse seus inimigos, Eles queriam que todos seus opressores
fossem afastados de Israel.
Jesus não ergueu sequer um dedo contra
Roma, Ele não fez aliança internacional de paz,
Você sabe da razão, do porque Jesus
nasceu? Paulo nos ajuda nessa questão. Veja o que Paulo falou aos Coríntios,
2 Coríntios 5.18-19 “Ora, tudo provém
de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o
ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou
a palavra da reconciliação”.
A bíblia ensina que na primeira vinda
do messias ele veio estabelecer a paz entre os homens, Preste atenção, Ele veio
estabelecer a paz entre os homens com Deus.
A vinda de Jesus traz esperança
jubilosa para homens, pois eles podem desfrutar de paz com Deus, o príncipe da
paz veio traz paz no coração dos homens,
A vinda do Messias está organizada em
duas fazes, a primeira, ele nasceu para trazer paz com Deus, e a segunda, ele
voltará para trazer paz entre as nações,
Desse modo aqueles que confiam no Príncipe
da paz, recebem desde já a certeza de que Deus está em paz com você, e também aguarda
a esperança de que um dia teremos paz uns com os outros.
Essas reinvindicações são o cerne da
fé Cristã, Deus enviou seu filho ao mundo para reconciliar o mundo com Deus.
Se você pertence a Jesus Cristo, então
você não é mais sensibilidade apenas com a data, e o mês de dezembro, pois estes
trazem apenas no coração a impressão que, embora tenham a mesa farta na véspera
de Natal, mesmo tendo ao lado da árvore enfeitada presentes, mesmo tendo um expectativa
que talvez alguma coisa vai acontecer de diferente.
Os eu estão cristão vivem apenas a
sensação, eles tem a convicção de Deus já opera o reino vindouro em seus
corações.
Feliz Natal!
E que a paz do REI que nasceu em Belém,
e que ressuscitou em Jerusalém, e quer volta nos monte das Oliveiras, possa
trazer a verdadeira paz no seu coração, e que traga verdadeira paz entre as nações
na ocasião do seu retorno.
Pr. Mário Botão