segunda-feira, 25 de março de 2013

Quem deve mais?


Se você está com dificuldade de lidar com pessoas você deve buscar respostas em Deus.

Mesmo que você esteja enfrentando uma situação muito complexa que envolve dor, tristeza e talvez decepção. Deus é a resposta para você.

1º porque ele te conhece e conhece o outro.

2ª ele sabe o que é ofensa, porque todos os seres humanos o ofendem.

Se existe uma pessoa que foi mais ofendida, por um número maior de pessoa, por um período de tempo mais longo, com certeza essa pessoa é Deus!

Quando você chega para ele e diz: Pai, estou sofrendo por que fui ofendido. Tenha a certeza de que Deus sabe exatamente o que você está falando. Por que tem sido ofendido. E você talvez têm contribuído para ofendê-lo. Deus é a resposta para você diante de uma ofensa

Porque é tão significante a experiência do perdão? Porque o Perdão é uma das experiências mais importantes? Porque quando não somos perdoados, sofremos? Porque quando não liberamos o perdão, também sofremos?

Quando Jesus ensina sobre os passos que o ofendido deve dar em direção ao seu agressor. Pedro traz então um questionamento para Jesus. Provavelmente porque esse assunto o incomodou.

Você já ficou chateado com um assunto que esta sendo tratado. Porque falava diretamente sobre uma situação que você estava inserido? Alguém contou! Quem foi o linguarudo! As vezes ninguém contou! O fato simplesmente veio á tona! Mas você é acometido de uma raiva. Que se pudesse: Rodava a baiana!

Quando Jesus ensina os passos que o crente deve dar em direção ao ofensor. Pedro possivelmente começa a pensar sobre possibilidades. Indagando.

Não questionado a legitimidade do ensino de Cristo Mas até onde eu vou com isso.?

Como se Pedro dissesse: Eu sou a vitima... Eu fui agredido... Eu fui violado... Eu fui ofendido... E sou eu que devo buscar reconciliação?

E é exatamente esse o ensino de Jesus, Pedro pegou a ideia. É a vitima que busca o perdão do seu agressor. É a vitima que deve dar o primeiro passo, porque ela foi a ofendida.

Parece que não faz sentido. Mas qual é a lógica da coisa? Pare para pensar! Quando Adão e Eva pecaram contra Deus! Quem foi que buscou primeiro a reconciliação se não foi Deus? Quem foi que deu o primeiro passo se não foi Deus? Quem foi aquele que buscou primeiro, se não foi Deus? Quem foi? Então qual é a lógica?

Se Deus, sendo Deus, nunca errou, sempre fez o certo: Foi buscar reconciliação! Ele Foi atrás! Foi Ele que deu o primeiro passo, não foi Adão... Quem foi pessoalmente falar com Adão, foi Deus! Adão foi o agressor. Deus foi a vitima. E foi Deus, a vítima, o ofendido, o agredido que foi buscar reconciliação.

Nesse ponto Pedro nem questiona. Porém uma coisa o incomoda.

Tudo bem, eu vou ceder! Eu dou esse passo, por mais difícil que seja...

Mas eu tenho uma pergunta: Mas quantas vezes farei isso? Quantas terei de tolerar? Quantas vezes? Quantas vezes devo perdoar um mesmo irmão que insiste em me ofender? O cara pisou na bola comigo de novo. O camarada é o rei de pisar na bola. E eu vou atrás de novo? Quantas vezes devo liberar perdão?

Note atentamente a resposta de Jesus. Mateus 18.21-22 “Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”.

Será que essa resposta de Jesus. Satisfaz a Pedro? Supre esse questionamento de Pedro? Traz alivio para um coração de possibilidades?

Irmãos é fato! A bíblia não foi escrita para: Satisfazer quem quer que seja. Suprir questionamentos. Trazer alívio para um ego ofendido.

A bíblia foi escrita, para revelar simplesmente a vontade de Deus. Independentemente. Se aquilo me agrada ou não. Se aquilo me satisfaz ou não.

Alias muito daquilo que a bíblia ensina vai CONTRA a minha natureza. Ou seja, naturalmente. Intuindo. Eu faria o contrário daquilo que a bíblia me recomenda. Você por experiência de existência já deve ter percebido isso.

Pedro goste ou não do procedimento cristão. É assim que funciona! É assim que Deus quer! É assim que devemos agir!

Uma coisa é certa, Pedro aprendeu uma lição importantíssima: Não deve existir limites para perdoar um mesmo irmão pelas suas ofensas. Devo perdoá-lo quantas vezes for necessário! Devo perdoá-lo quantas vezes ele me ofender! Não deve haver limites em mim mesmo para o perdão.

Para reforçar esse ensino Jesus conta uma história, que servirá de ilustração. Vamos nos atentar para essa parábola.

Mateus 18.23-34 “Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.

Essa parábola contada por Cristo traz consigo três personagens, porém num mesmo contexto que é a “Ofensa”.

Eles estão passando pela mesma situação. O caso é o mesmo. O problema é o mesmo. O que muda é a intensidade do problema. Para um o problema é uma pouco maior e um pouco mais complexo. Para outro o problema é menor, fácil de resolução, mas não deixa de ser um problema.

O texto de Jesus traz três personagens principais: Um rei, um servo e um conservo (Servo do sevo)

Cada um desses personagens simboliza uma situação aparentemente comum para todos nós. O rei é Deus, sempre Deus. O servo é você. E o conservo é qualquer pessoa próxima de você. Seu amigo. Seu irmão. Seu colega. Qualquer pessoa próxima a você

Jesus ensina que o rei chamou um servo que lhe devia certa quantia. Veja o texto: Mateus 18.23-24 “Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.”.

Dez mil talentos: São milhões de moedas de prata. Para trazer esse valor numa compreensão mais próxima da gente. O rei estava cobrando 450 Quilos de moedas de Prata. Uma soma considerável, convenhamos! Um montante significativo. Dez mil talentos equivalem há 450 kg de moeda.

Mas o rei diante da miséria daquele servo: O perdoou. O rei foi misericordioso. O Servo não merecia. O servo não era digno. O servo ofendeu o rei

E nessa história quem foi atrás? O ofensor ou o ofendido?

Quem foi atrás? O agressor ou vitima?

Obviamente que foi o ofendido, a vítima! O rei foi atrás! O rei chamou para conversar! O rei foi atrás!

Jesus coloca diante de seus discípulos, outra situação, mas dentro do mesmo contexto de “Ofensa”.

Veja o texto: Mateus 18.28-29 “Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.”

Jesus continua dizendo e relatando que esse mesmo servo que acabou de se livrar de uma divida de 450 Quilos de moedas de prata. Encontra pelo caminho um de seus conservos. Esse conservo também lhe devia certa quantia

Mas você nota que essa narrativa de Jesus tem um agravante. A postura desse homem.

O comportamento desse homem revela uma pessoa. Ingrata e muito impiedosa

Ele reage com agressão. Agressão física e verbal. Ele ameaça, intimida, ele chantageia...  O problema desse homem é muito maior do que se imagina

Esse conservo lhe devia 100 denários que era uma moeda Romana. Era o valor correspondente a um dia de trabalho.

Fazendo um paralelo entre as dívidas O servo devia 450 kg e o rei perdoou. O conservo devei apenas, 4kg.

Veja a diferençada divida. Um devia 450 e foi perdoado. O outro devia 4 e não foi

E além do mais, o infeliz. Maltratou... Agrediu... Violentou...

E o rei: Usou de Misericórdia. Teve compaixão. Perdoou completamente a divida. E o tratou com respeito e dignidade

O que é que a gente faz com pessoa assim? Se você não pensou, com certeza iria pensar:

Quanto tempo esse servo do rei iria levar para quitar sua divida. Veja o rei até que rabiscou uma solução para a quitação do débito. Vende ele, a mulher e os filhos... E tudo o que ele tem... Com certeza esse valor com as vedas não supriria a divida.

Mas, pelo menos o rei não sairia totalmente no prejuízo. Nessa altura o servo rogou por misericórdia e foi atendido. Ao ser atendido quem saiu no prejuízo? Foi quem perdoou. O rei saiu no prejuízo! O servo saiu complementa aliviado e livre. Foi perdoado... Não tem mais divida... Pode ir livremente...

Porém ele não usou da mesma misericórdia que recebeu do rei. Ele demonstrou ser uma pessoa “”, como o rei esmo disse!

Mateus 18.32 “Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste”.

O rei disse: Você é mal! Você tem um coração mal! Você é ruim! Não deveria você perdoou o seu conservo? Como eu te perdoei? O seu valor não era infinitamente maior do que esse divida insignificante do seu conservo? Eu não te perdoei? Porque você não perdoou? Eu sei a resposta: Porque você é mal!

O rei, simplesmente agiu com a mesma severidade que ele havia semeado. O rei lançou aquele servo impiedoso na prisão que sofria a dor da sua própria maldade.

Esse relato de Jesus traz uma aplicação sem igual para todos nós. Jesus usa esse exemplo para nos ensinar. Todos nós tínhamos uma divida incalculável contra o rei. No mínimo 450 kg de divida. E o teu irmão te deve não mais, quando te ofende 4kg. E você recebe de bom grado o perdão de Deus e não concede perdão a teu irmão que te deve o valor tão baixo?

Todos nós tínhamos uma dívida impagável contra Deus. Ele nos perdoou. Ele nos perdoou completamente. Tratou-nos com respeito e com dignidade. Não levantou a voz. Não me agrediu

Pelo contrário. Ele foi agredido. Ele foi violentado. Ele foi injuriado. Ele foi maldito

Eu não! Eu fui tratado com dignidade e respeito sem merecer.

Será que é certo eu ser tão impiedoso e malvado? De que adiante ser livre se você não faz bom uso da sua liberdade. Então é melhor que sofra eternamente na prisão. Foi isso que o rei fez, colocou esse servo impiedoso na prisão.

Mateus 18.31-34 “Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.”

Irmãos! Cuidado com a maneira que você lida com seus ofensores. A bíblia diz: Não vingueis a vós mesmos!

Note como Jesus termina esse ensino; Mateus 18.35 “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.”

Essa parábola é um tremendo de um ensino. Tome muito cuidado com sua ingratidão e sua maldade.

Deus vai usar com você da mesma medida que você tem medido seus irmãos. Tome muito cuidado.

Vamos terminar lendo outro texto: Efésios 4.31-32 “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”

Quantas vezes você deve perdoar um mesmo irmão que pecou contra você várias vezes? Quantas vezes forem necessárias. Não precisa gritar.  Não preciosa ficar amargurado. Não precisa de cólera e ira. Não precisa de malícia e nem maldado. Apenas perdoe!

O perdão livra a pessoa da ofensa, mas não das consequências. Quem praticou a ofensa vai sofrer os resultados do pecado. Mas nós temos o dever bíblico e de consciência cristã para perdoar quem quer que seja, e qual quer que seja o pecado.

Pr. Mário Botão.