terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Você também é confiável?


Leitura: Gênesis 24.1-3 “Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o SENHOR em tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito”.

Confiança é uma virtude um tanto rara em nossos dias, principalmente porque vivemos cercados de pessoas traiçoeiras e desonestas. Muitos lares são marcados por traições, falsidade e deslealdade entre os membros de uma família.

Talvez um dos maiores problemas quando depositamos a confiança em alguém é a decepção, temos expectativas demais sobre os outros e muitos se machucam durante esse processo.

Será que somos confiáveis? Será que sou digno de que pessoas confiem em mim?

Salomão descreve que a “Desconfiança” é como mastigar com um dente estragado ou andar com um pé aleijado.

Provérbios 25.19 “Como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia.”

Esse registro de Gênesis 24 revela-nos um personagem digno de confiança, existem alguns pressupostos que torna esse personagem tão nobre quanto digno, pois a concretização da promessa feita a Abraão depende da obediência rigorosa desse servo.

Vamos destacar dois traços de uma pessoa digna de confiança

1º Traço de uma pessoa digna de confiança é o seu “histórico

Gn 24.2 “Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa...”.

A primeira menção do servo de Abraão está em Gênesis 15.2

Gênesis 15:2 “Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliezer?”.

Considerando a credibilidade que esse servo tinha com Abraão, ao ponto de ter essa alta consideração para assumir uma posição de “Filho da promessa”, evidencia uma confiança adquirida ao longo do tempo.

O histórico de uma pessoa é muito relevante para se conquistar confiança e credibilidade, não da noite para o dia, que se consegue essa virtude.

É uma construção lenta e árdua, eles vivenciaram muitas experiências juntos, o relacionamento dos dois, transcendia a relação entre servo e senhor.

A confiança nos outros requer um histórico de eventos e circunstâncias para que a competência da pessoa seja claramente definida e apreciada

Abrão o tinha sem sombras de dúvidas como uma pessoa em alta consideração. Ao ponto dele confiar a Eliezer a missão de encontrar a progenitora dessa grande descendência.

Será que seríamos considerados por aqueles que convivemos há certo tempo, nesse nível de confiança?

O estabelecimento de confiança precisa de tempo para decidir sobre a confiabilidade.

Edson Rufo é auto da frase "Somente o tempo diz, que confiança é vidro”, fazendo uma analogia onde a “Confiança é frágil como vidro”, ou seja, para conquistar a confiança é necessário muito trabalho e empenho, mas ao menor deslize ela é destruída e, assim como o vidro, dá até pra colar, mas nunca mais será a mesma.

Apesar de que essa ideia transmita certa verdade, precisamos entender que confiança está atrelado ao tempo.

2º Traço de uma pessoa digna de confiança é a “Intimidade com Deus

Gn 24.12 “E disse consigo: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses de bondade para com o meu senhor Abraão!”.

É muito interessante notar que Eliezer ele traz para si a responsabilidade de atender rigorosamente a orientação do seu senhor Abraão.

Ele reconhecia que por mais que se empenhasse e fosse dedicado não capaz de fazê-lo sozinho, por essa razão, ele transfere a capacidade para Deus.

Eliezer por três ocasiões demonstrou intimidade com Deus, foram três episódios que comprovou essa dependência em Deus, tanto na maneira como no resultado que ele esperava em Deus.

No primeiro episódio, logo após receber toda instrução de Abraão, ele busca o Senhor em oração e lhe pede ajuda para encontrar a esposa para Isaque.

Gn 24.12 “E disse consigo: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas”.

No segundo episódio, logo após encontrar a mulher com as características descritas por Abraão, ele engrandece ao Senhor, lhe atribuindo inteiramente o sucesso da missão.

Gn 24.27 “E disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a sua benignidade e a sua verdade de meu senhor; quanto a mim, estando no caminho, o SENHOR me guiou à casa dos parentes de meu senhor”.

No terceiro episódio, logo após, ter a confirmação por parte de Raquel e a aprovação da família, ele demonstra uma simplicidade digna que alguém que reconhece Deus operando através dele.

Gn 24.52 “Tendo ouvido o servo de Abraão tais palavras, prostrou-se em terra diante do SENHOR”.

Todos nós, cedo ou tarde enfrentamos situações onde alguém de confiança nos feriu, e também é certo que em algum momento vamos decepcionar pessoas.

Porém, as pessoas que detém o traço de “Intimidade com o Senhor”, possuem algo que as qualificam como pessoas “Dignas de confiança”, porque são pessoas sensíveis, prontas e obedientes a Deus.

No final dessa jornada, Eliezer traz a mulher que foi aceita pelo seu senhor, esta lhe tornou esposa, ela o consolou, ele a amou e os descendentes que o Senhor prometerá vieram no tempo determinado.

Esse registro nos traz algumas lições sobre confiança

1º - Podemos ser pessoas dignas de confiança, mesmo que vivamos num mundo marcado por traições.

2º - A confiança está atrelada ao tempo, precisamos do tempo para conquistar confiança e evidenciarmos que também somos confiáveis..

3º - A intimidade com o Senhor é maior garantia que temos para construir um relacionamento marcado pela confiança.

A Fé é Cega?!


Leitura: Gênesis 22.10 “E, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho”.


Recentemente assisti um debate promovido pela Fundação Fixid Point, com base em um livro, intitulado “Deus, um delírio”, por Richard Dawkins, cuja primeira tese é uma afirmação: “A fé é cega”.

Para o prof. Richard Dawkins “Um dos efeitos negativos da religião é a anulação do entendimento”. Segundo a sua compreensão a religião cega às pessoas com uma “Fé irracional”.

Para demonstrar que a fé não é cega, avaliaremos a vida e as decisões de Abraão e descobriremos que sua fé é viva e operante.

Abraão aos 75 anos quando chamado obedeceu para ir para um lugar desconhecido, para receber do Senhor a promessa de uma grande descendência. Depois de 25 anos aguardando a promessa sem vacilar, Deus o visita para anunciar o nascimento do filho da promessa.

Alguns anos mais tarde, Deus apareceu novamente a Abraão e lhe faz um pedido, com objetivo de lhe por a prova.

Gênesis 22.1-2 “Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei”.

O holocausto é um sacrifício onde à oferta depois de morta deve ser queimada, e suas prescrições estão descritas principalmente no livro de Levítico.

Porém, havia na terra de Canaã um deus identificado como “Moloque”, essa deidade caracterizada com corpo de homem e cabeça de boi, parecido com “Minotauro” da mitologia grega, exigia o sacrifício dos primogênitos, onde eles eram queimados. Uma tradição antiga descreve que os ritos eram cercados de muita prostituição, onde os amorreus em seus rituais submetiam seus filhos aos atos mais cruéis e hediondos que se possa imaginar.

O interessante que havia na lei de Moisés, uma proibição claramente expressa a esse tipo de “holocausto”.

Levítico 20.1-5 “Disse mais o SENHOR a Moisés: Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que der de seus filhos a Moloque será morto; o povo da terra o apedrejará. Voltar-me-ei contra esse homem, e o eliminarei do meio do seu povo, porquanto deu de seus filhos a Moloque, contaminando, assim, o meu santuário e profanando o meu santo nome. Se o povo da terra fechar os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a Moloque, e o não matar, então, eu me voltarei contra esse homem e contra a sua família e o eliminarei do meio do seu povo, com todos os que após ele se prostituem com Moloque”.

Apesar de que Moisés está há centenas de anos depois de Abraão, o princípio de sacrificar crianças sempre foi abominável, e Deus submete o seu servo a essa horrível expectativa.

Como um Deus que é Santo pode fazer isso? Não é estranho o modo como Deus coloca seu servo Abraão a essa experiência de fé?

Não parece uma contradição? Não é injusto? Não é absurdo e desumano? Será que a “Fe” não é mesmo “Cega”? ou seja, irracional, aparte da inteligência e o raciocínio? Será que Deus não exige de seus súditos um obediência cega?

Começaremos por expor o que é fé, e depois com é a relação da fé com o entendimento.

O que é Fé? Se não a “Certeza de coisas que se esperam”. (Hb 11.1)
Abraão cria em Deus, essa confiança em Deus, foi confirmado quando Deus o salvou, conforme foi registrada em Gênesis 15.6.

Gênesis 15.6 “Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça”.

Naquela ocasião Abraão estava passando por alguns momentos de crise, pois o seu desejo de ter uma descendência era muito grande, e Sara ainda estéril não podia lhe dar filhos, então a alternativa era buscar em si mesmo forças para concretizar esse desejo, e tem a intenção de escolher seu servo Eliezer para ser o seu descendente, mas o Senhor não permite.  
E as Palavras de Deus naquele momento lhe trouxe segurança e alento, como a salvação de sua alma.

Gênesis 15.5 “Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”.

Daquele momento em diante, Abraão não era apenas alguém que obedecia a Deus em vista a uma promessa, sim porque ele foi salvo e a relação entre Deus e Abraão passou de Servo e Senhor para amigo de Deus.

Tiago 2.23 “E se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus”.

Isaque nasceu, no tempo determinado de Deus, esse nascimento contribuiu para que Abraão crescesse na confiança com o Senhor, ele sabia que Deus não é mentiroso e que sempre cumpre aquilo que promete.

Além disso, Deus havia lhe dado provas incontestáveis de seu amor, por inúmeras vezes o livrou de si mesmo, o livrou de reis e monarcas, príncipes e ladrões, lhe trouxe direção e sabedoria.

Seria muito difícil Abraão não confiar em Deus, diante de uma trajetória de mais de 30 anos andando com Senhor.

Assim sendo, quando Deus pediu para que ele sacrificasse seu único filho como holocausto ele estava decidido em fazer.

1º Porque erro Deus não faz
2º Porque Deus sempre cumpre sua promessa

Desde aquela madrugada, Abraão estava certo que “DEUS PROVERIA UM CARNEIRO PARA O SACRIFICIO” e se não “DEUS ERA PODEROSO PARA RESSUSCITA-LO”.

Abraão não tinha netos, nem casado era Isaque, crendo que Deus sempre cumpre suas promessas. Abraão não hesitou em obedece-lo, e tudo isso foi confirmado pela Bíblia.

Hebreus 11.17-19 “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos”.

Abraão fez exatamente o que Deus lhe pediu, três dias depois, viajando com filho, possivelmente meditando em tudo aquilo que aprenderá com Deus, Abraão guardou silencio com relação aquilo que estava prestes a fazer.

Chegando ao monte Moriá, Deus lhe indica onde ele deveria oferecer o holocausto, e então preparou a lenha e o fogo, tudo estava pronto, falta o passo de fé, que evidenciaria sua plena confiança em Deus.

Gênesis 22.10-13 “E, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho”.

DEUS PROVERÁ, é assim que Abraão interpretou toda aquela situação. Deus mais uma vez foi fiel. Deus cumpre sempre suas promessas!

Talvez para nós todo esse registro aparentemente monstruoso, revele um Deus impiedoso, mas para Abraão que o conhecia e cria em suas promessas era um Deus que tudo PROVÊ,

Como relacionar a fé com o raciocínio? Seria essa descrição passos de um homem carecido de conhecimento? Seria esse fato uma exposição de uma mente fraca e doentia, de pai privado de amor e compreensão?

Gênesis 22.15-18 “Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.

Essa declaração de Deus em vista a obediência de Abrão, descreve para nós que pouco importa o que o mundo ou os intelectuais deste presente século pensa a respeito das nossas decisões em vista as nossas convicções.

Para nós que somos dirigidos pela Fé na Palavra de Deus, o importante é o que Deus pensa sobre nós. Aliais foi exatamente isso que falou o apóstolo Paulo.

1Co 1.26-29 “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;  pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;  a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.

Esse registro nos traz preciosas lições sobre a fé:

1º - A fé sempre é alicerçada nas promessas de Deus
2º - A fé nunca é contra o raciocínio
3º - A fé sempre é operante através da obediência
4º - A fé é a inteligência de confiar na mente de Deus
5º - Deus sempre cumpre o que promete e sempre honra aquele que nele confia

Pr. Mário Botão 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Escolha entre dois filhos


Leitura: Gênesis 21.10-11 “Disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho”.


A vontade de Deus, muitas vezes não é nossa vontade, não muitas vezes, ou raras às vezes a minha vontade coincide com a vontade de Deus.

Somos encorajados constantemente pelos Escritos bíblicos a “Pedirmos segundo a SUA vontade” e quantas e inúmeras vezes pedimos “Segundo a NOSSA vontade”.

Não foi a primeira vez que o homem tentou fazer do seu jeito as coisas de Deus.

Se Deus fosse um Deus impessoal ou apenas uma energia que pressupõe impessoalidade, seria razoável a conclusão de que faríamos do nosso jeito sempre que quiséssemos concretizar nossas vontades.

Mas, o Senhor nosso Deus, é um Deus pessoal, que se revelou, e que manifestou sua vontade, tem caráter, tem ética e tudo quanto dele sabemos é porque ele se mostrou a nós e deixou para nós sua vontade.

Abrão foi chamado por Deus, não foi Abrão que chamou a si mesmo, e se Deus o chamou, Deus não somente cumprirá sua promessa, como o capacitaria a fazer a SUA vontade.

Gênesis 12.1-2 “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!”

Abrão e Sarai não tinham filhos para a solidificação dessa promessa, e isso estava lhes causando muita ansiedade e frustração.

Eles apenas não compreendiam que a promessa viria das mãos de Deus, mas eles quiseram dar um “jeitinho humano”.

A primeira tentativa veio da parte de Abrão, mas foi frustrada...

Gênesis 15.2-4 “Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliezer? Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro”.

Foi Abrão que deu a primeira tentativa de resolver o suposto problema do cumprimento da promessa, talvez supondo que Deus não iria intervir.

Abrão escolheu alguém de sua confiasse, e essa pessoa foi Eliezer, um servo dedicado e prestativo, porém Deus não o aceitou, porque a grande nação seria constituída da semente de Abrão e não das escolhas pessoais de Abrão.

A segunda tentativa veio da parte de Sarai, mas todo o processo foi frustrante...

Gênesis 16.1-2 “Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos; tendo, porém, uma serva egípcia, por nome Agar, disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com filhos por” meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de Sarai.

Essa insistência de resolver o problema do modo humano custou muito para Sarai e Abrão.

Sarai consentiu Agar, sua serva a dar luz a um filho de Abrão, que foi chamado “Ismael”, e desde o seu nascimento começou haver um conflito no lar de Abrão.

·        Desprezo (Gn 16.4).
·        Desentendimentos (Gn 16.5).
·        Vingança (Gn 16.6).

Toda essa situação estava trazendo desencorajamento ao coração de Abrão, pois já se passara 24 anos, desde a promessa do Senhor e ainda nada da numerosa descendência.

Então o Senhor apareceu a Abrão para lhe trazer novas orientações

·        Uma aliança foi estabelecida
·        Seu nome foi mudado
·        O nome da sua esposa também foi mudado

Deus sempre cumpre suas promessas, e aquele que Deus falou, do jeito que ele falou, e no tempo de Deus. Isaque o filho da promessa, nasceu quando Abrão atingiu os 100 anos e Sara sua mulher 99 anos.

Deus comprimiu sua promessa, aos olhos de Abrão pareceu muito tempo, mas Deus tinha o tempo certo, e agora eles desfrutam com muito jubilo esse momento com o filho da promessa.

Gêneses 21.1-2 “Visitou o SENHOR a Sara, como lhe dissera, e o SENHOR cumpriu o que lhe havia prometido. Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara”.

Não muito tempo depois, talvez o momento mais difícil para Abraão, foi ter que escolher entre os dois filhos.

Ambos eram do seu sangue, ambos eram herdeiros, ambos vieram da sua semente, e agora ele teria de escolher entre Isaque ou Ismael?

Certa ocasião Sara surpreendeu Ismael zombando do pequeno Isaque e isso lhe serviu de motivação para colocar um ponto final nessa conflituosa situação e ela pede a Abraão providencias.

Gênesis 21.10 “Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho”.

Deveria Abraão atender ao pedido de sua esposa e rejeita seu filho ou deveria Abrão insistir com as consequências de um erro do passado?

O problema em lidar com as consequenciais, é que elas tendem a tomar proporções que às vezes nos fogem ao controle.

Abraão teve que lidar com as consequências dessa paternidade.

Gênesis 21.11-12 “Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência”.

Decidir ou não decidir, decisões que envolvem sentimentos e vínculos afetivos não são fáceis.

Existem inúmeros casos envolvendo relacionamento: Namoro, amizade, casamento e até convívio entre parentes que causam muito transtorno devido ao fato de más decisões feitas no passado.

O fato é que Deus sempre tem um caminho excelente para trilharmos, e concertar erros do passado não é fácil.

Principalmente aqueles erros que envolvem:
·        Separação entre pessoas
·        Acerto de contras
·        Confrontação de pecados

Mas a esperança que temos é que quando pela fé o fazemos o Senhor nos ajuda, ele vem ao nosso encontro e foi exatamente isso que aconteceu!

Gênesis 21.13 “Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente”.

Veja que fantástico Deus também tinha planos para o menino Ismael.

Deus foi benevolente, e muito gracioso com Agar e Ismael, podemos ter a certeza de que Deus sempre fará o certo, mesmo que aos nossos olhos pareça impossível.

Aliais, quando Abraão não tinha mais nenhum acesso aos dois, sequer sabia onde os dois estavam, foi Deus quem foi na direção das necessidades de Agar e Ismael.

Gênesis 21.15-17 “Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou. Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está.”

Note que interessante: Agar já havia desistido de Ismael, o primeiro obstáculo, a primeira dificuldade ela simplesmente “abriu mão”, e de fato foi embora...

Mas Deus lhe foi ao encontro, e trouxe resposta para o seu anseio.

Abraão, por mais bem intencionado que fosse, jamais poderia suprir os anseios de Agar e de Ismael, mesmo que esses estivesse em seu poder e proteção.

Melhor é fazer a vontade de Deus na certeza de que ele nos enxugara as lágrimas do que fazer a nossa vontade e ficar a mercê das consequências da nossa vontade.

Esse registro da biografia de Abraão nos traz algumas lições:

1º Deus sempre nos capacita a cumprimento a sua vontade
2º Deus tem o seu tempo e nós temos o nosso tempo
3º Temos que cuidar para não fazer a vontade de Deus do nosso jeito
4º É melhor ignorar conselhos que vem contra a Vontade de Deus
5º Não precisamos temer quando tomamos uma decisão certa, porque Deus vai nos abençoar.

 Pr. Mário Botão 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Meu amigo "Teco"



Fez um ano da 1ª Apresentação com o Boneco de Fantoche no encerramento da EBF de 2011, é muito bom relembrar as crianças que receberam a Cristo depois de ouvirem o Evangelho ser apresentado através desse método de Ensino. Louvado seja Deus.

A Frouxidão de Ló



Leitura: Gênesis 19.16 “Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o SENHOR misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade”.


Esse episódio registra a destruição de duas cidades, conhecidas como Sodoma e Gomorra.

Ambas as cidades dos cananeus, localizada no vale do Jordão. Esse vale tem características paradisíacas, bem irrigada e frutífera, comparada com o “Jardim de Deus”. (Gn 13.10)

Essas duas cidades eram conhecidas pela sua extrema perversidade, seus habitantes eram pessoas imorais.

Interessante notar que essas duas cidades habitadas principalmente pelos cananeus eram descendentes de Canaã, que por sua vez vieram da linhagem de Cam, filho amaldiçoado por Noé.

A origem dessa nação explica tal depravação moral do qual tornava necessária sua extinção.

Após o dilúvio, Noé planta uma vinha e pela primeira vez se produz o vinho fermentado, após ingerir uma quantidade exagerada Noé embriagado, se vê nu andando pela sua tenta, desorientado pelo efeito negativo do vinho foi surpreendido por Cam, seu segundo filho.

Cam por sua vez, além de invadir a privacidade do seu pai, nada fazer para ajudá-lo, achar naquela triste situação motivo para divertimento e deboche e ainda querer influenciar seus outros dois irmãos para tal ato infame, isto lhe custou maldita escravidão como herança.

Cam não preservou a dignidade, a honra de seu pai, pelo contrário foi perverso, voyeiro e imoral.

Essa é a origem dos cananeus que davam formação populacional em Sodoma como Gomorra.

Alguns escritos judaicos clássicos enfatizam os aspectos de crueldade e falta de hospitalidade com forasteiros.
Uma tradição rabínica, exposta no Midrash, afirma que os pecados de Sodoma estavam relacionados à ganância e ao apego excessivo à propriedade, e que são interpretados como sinais de falta de compaixão.

Alguns textos rabínicos acusam os sodomitas de serem blasfemos e sanguinários.

Outra tradição rabínica indica que Sodoma e Gomorra tratavam os visitantes de forma sádica.

Um dos crimes cometidos contra os forasteiros é quase idêntico ao de Procusto, na mitologia grega, dizendo respeito à "Cama de Sodoma" na qual os visitantes eram obrigados a dormir (estupro).

A primeira conclusão que justifica a necessidade da destruição de Sodoma é a seguinte: Pessoas sem limites se autodestroem

Não foi a primeira vez que Abrão vai ao socorro do seu sobrinho, isso aconteceu quando ele foi sequestrado foi ao seu resgate e o libertou.

Nesse episódio o Senhor aparece a Abraão e diz:

Gênesis 18.20-21 “Disse mais o SENHOR: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei”.

A conclusão do Senhor é inevitável e sua destruição iminente era certa, foi com esse propósito que Deus envia dois de seus anjos. Ambos desceram e foram visitar Sodoma e Gomorra para verificar se encontrai pelo menos 10 justos para poupar a cidade (Gn 18-19)

Eles chegaram à cidade, na tentativa de encontrar alguns bons homens, mas para a infelicidade dos sodomitas o único homem bom a quem poderia encontrar era Ló. 

E Ló fez “Jus” a essa qualificação, Ele tratou os anjos, que se parecia com os homens gentilmente, sendo cordato e hospitaleiro.

Os homens de Sodoma pelo contrário, quando descobriram que eram estranhos queriam toma-los a força e violenta-los sexualmente.
Gênesis 19.5 “E chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles”.

A sentença decretada pelo Senhor, estava prestes a ser executada, pois os anjos, não encontram pessoas justas suficientes para poupar a cidade, em vista ao pedido de Abraão.

Pelo contrário tantos os jovens como os mais velhos eram perversos e imorais.

O próprio Ló apresentava debilidades espirituais, se não fosse a misericórdia do Senhor, o próprio Ló seria destruído, mas o tratamento com os anjos nessa situação especifica, foi suficiente para ele e suas filhas serem poupadas.

O mais interessante desse registro, foi à ação dos anjos em salvar Ló mesmo diante do seu marasmo.

Gênesis 19.16 “Como, porém, se demorasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o SENHOR misericordioso, e o tiraram, e o puseram fora da cidade”.

Ló foi lento, quase apático à realidade iminente da destruição de Sodoma e Gomorra.

Chegamos à segunda conclusão: É a misericórdia do Senhor que garante nossa salvação. Foi justamente esse o ensino de Paulo

Tito 3:5 “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”

Ló foi salvo e também sua família, por um ato de misericórdia do Senhor, e os cananeus que habitam em Sodoma e Gomorra foram totalmente destruídos e reduzidos a cinzas.

Genesis 19.28-29 “E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina e viu que da terra subia fumaça, como a fumarada de uma fornalha. Ao tempo que destruía as cidades da campina, lembrou-se Deus de Abraão e tirou a Ló do meio das ruínas, quando subverteu as cidades em que Ló habitara”.
Conclusão:

Podemos aprender com esse registro algumas verdades praticas:

1º Pecado sempre traz destruição
2º Atos imorais não são tolerados pelo Senhor
3º A Misericórdia do Senhor é a única razão para não sermos destruídos
4º Muito pode por sua eficácia a oração de um justo